Time Brasil de Salto pronto para a largada nos Jogos Olímpicos de Tóquio 2020

Na disputa individual na 3ª feira, 3/8, e 4ª, 4, o Time Brasil conta com Marlon Zanotelli e Yuri Mansur. Completam a equipe e devem entrar em ação na disputa por equipes, em 6 e 7/8, Rodrigo Pessoa e Pedro Veniss. Novo formato com três conjuntos por equipe e direito a troca é diferencial.

Começam nessa terça-feira, 3/8, e seguem até sábado, 7/8, as disputas individuais e por equipes da modalidade Salto nos Jogos Olímpicos de Tóquio, no parque equestre Baji Koen de Tóquio, também sede do hipismo nos Jogos de 1964.

Formam o Time Brasil Rodrigo Pessoa, 48, campeão olímpico em Atenas 2004 e integrante das duas equipes medalha de bronze em 1996 e 2000. Nessa que é sua 7ª Olimpíada Rodrigo compete com Carlito´s Way, um holsteiner de 11 anos.

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Rodrigo e Carlitos´s Way no warm na arena equestre de Tóquio

Coincidentemente Nelson Pessoa, o Neco, pai de Rodrigo Pessoa, foi o único represente do Time Brasil nos Jogos de Tóquio 1964, quando chegou empatado na 5ª colocação. Em 1992, pai e filho competiram lado a lado nos Jogos Olímpicos de Barcelona. Agora em Tóquio, Neco é técnico do Time Australiano de Concurso Completo que conquistou prata, nessa segunda-feira, 2/8.

Também está a postos, o atual campeão pan-americano individual e por equipes Marlon Zanotelli, 33, que ocupa o 7º posto do ranking mundial e vai disputar sua primeira Olimpíada montando VDL Edgar M, um sela holandês de 11 anos.

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Marlon e VDL Edgar M no warm up

Outro cavaleiro que disputa sua primeira Olimpíada é Yuri Mansur, 42, que vai se apresentar montando QH Alfons Santo Antonio, um cavalo de esporte estoniano de 14 anos.

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Yuri e QH Alfons do Santo Antonio

Completa o Time Brasil, a experiente dupla olímpica Pedro Veniss, 38, montando Quabri d´s Isle, garanhão sela francês de 17 anos, com o qual integrou a equipe brasileira medalha de ouro no Pan Lima 2019 ao lado de Marlon Zanotelli. Pedro e Quabri também estiveram a postos na Rio 2016, fechando na 5ª colocação por equipes.

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Pedro e Quabri a caminho da segunda participação olímpica consecutiva: Rio 2016 e Tóquio 2020

O técnico do Time Brasil em Tóquio é o renomado suíço Philippe Guerdat, que liderou a conquista do ouro em Lima 2019, ao lado do chefe de equipe Pedro Paulo Lacerda. Na Rio 2016, Guerdat era chefe de equipe da França, medalha ouro.

Novo formato

Em Tóquio, pela primeira vez as equipes passam a contar com apenas três integrantes sem direito a descarte e agora a disputa individual antecede, a definição do pódio por equipes. A disputa individual que pode contar com três conjuntos por país começa na terça, 3/8, com 75 conjuntos e decisão será na quarta, 4/8, com participação dos 30 melhores conjuntos. Em caso de empate em 30º lugar, classifica-se o conjunto com melhor tempo. Todos começam a final individual, o GP, disputado em duas voltas, com sua pontuação zerada e haverá desempate somente para o 1º lugar com mesmo número de penalidades.

Os outros são classificados pelas penalidades/tempo do desempate e, se for o caso, do percurso inicial. Só haverá desempate para prata e/ou bronze se conjuntos terminarem empatados nas penalidades e nos tempos.

Na quinta-feira, 5/8, é dia de descanso e na sexta-feira, 6/8, começa a disputa por equipes, necessariamente com três conjuntos por país e sem direito a descarte e que termina no sábado, 7/8, com definição do pódio individual.

Pelo formato da nova regra, o técnico pode fazer uma troca na equipe até 2 horas antes, por qualquer motivo. Se classificam para a final as 10 melhores equipes somando o resultado dos três conjuntos da primeira prova. Se um dos conjuntos for eliminado a equipe se classificará depois das que terminaram os 3 conjuntos. No caso da eliminação de dois conjuntos toda a equipe estará eliminada. Caso haja empate – na soma dos pontos em 10º lugar – entram na final as que empataram. O cavaleiro reserva só terá direito a medalha se entrar na equipe durante a competição.

Brasil em pista

Na disputa individual, a equipe técnica escalou dois conjuntos que largam na seguinte ordem nessa terça, 3/8: Yuri Mansur com QH Alfons Santo Antonio, 37º em pista, e Marlon Zanotelli com VDL Edgar M que será o 46º entre um total de 73 inscritos na primeira qualificativa individual.

 

Retrospectiva do Time Brasil de Salto em Jogos Olímpicos

LONDRES / INGLATERRA, 1948

Primeira Olimpíada em que o Brasil participou. O melhor resultado do país foi o 10º lugar do tenente-coronel Franco Pontes montando Itaguaí. O Time Brasil foi formado exclusivamente por militares: além de Franco Pontes integraram a equipe os capitães Rubem Continentino/Bom Soir, Eloy Menezes / Sabu e o tenente Renyldo Pedro Guimarães Ferreira, além do chefe da equipe, general Edgar Amaral, e o veterinário, o capitão Darcy Villaça.

A prova das Nações teve como palco o estádio de Wembley e o time brasileiro sofreu algumas alterações com a troca improvisada de cavaleiros – Morrot, que havia sido selecionado para competir na prova de Salto foi escalado na última hora para disputar o Concurso Completo de Equitação (CCE) montando Guapo, de Eloy, que por sua vez ficou no time reserva de Salto com Sabu. O transporte dos cavalos para a Inglaterra foi feito por um navio do Lloyd Brasileiro e a viagem durou 32 dias. Alguns cavaleiros seguiram na mesma embarcação.

HELSINQUE / FINLÂNDIA, 1952
Time Brasil ficou em 4º lugar por equipe e foi 4º no individual com Eloy Menezes montando Bigá. Integrou o Time Brasil, só formado por militares, além de Menezes, Álvaro de Toledo/Eldorado e Renyldo Ferreira/Bibelot

ESTOCOLMO / SUÉCIA, 1956
O Brasil ficou em 10º com equipe mista formada por dois militares, Eloy Menezes e Renyldo Ferreira, e dois cavaleiros civis, Pedro Lopes Corvello e Nelson Pessoa Filho, o Neco. Pela primeira vez os animais foram transportados de avião. Atrasos no embarque e a chegada em cima da hora acabaram prejudicando a preparação da equipe para a competição.

ROMA / ITÁLIA, 1960
A equipe foi formada por Francisco Rabelo montando Sultão, Oscar Sotero com Cerrito, Cel. Renyldo Ferreira com Marengo e na reserva Fernando Monzon.

TÓQUIO / JAPÃO,1964
Nélson Pessoa Filho, o Neco, foi o único representante brasileiro. Montando Huipil terminou empatado em 5º lugar.

CIDADE DO MÉXICO / MÉXICO, 1968
O Salto foi a única modalidade hípica com participação do Brasil. O time, 7º colocado, foi formado por Nelson Pessoa, o Neco, montando Pass Opp, Lúcia Faria com Rush du Camp, José Roberto Reynoso Fernandez, o Alfinete, montando Cantal e Gérson Monteiro com Polder. Na disputa individual, Lúcia Faria terminou em 12º lugar, melhor resultado entre os competidores do continente americano.

MUNIQUE / ALEMANHA, 1972
O Brasil foi representado por dois conjuntos: Antonio Alegria Simões montando Bonsoir terminou em 32º e Nelson Pessoa Filho com Nagir em 39º.

MOSCOU / RÚSSIA, 1980
O Brasil não teve nenhum representante no Hipismo, apesar de todos os esforços para enviar Elizabeth Assaf e Jorge Carneiro que competiam na Europa. O boicote aos Jogos levou apenas cinco países, sem tradição hípica olímpica, a participar com equipes completas, além de dois competidores na disputa individual.

LOS ANGELES / EUA, 1984
O Time Brasil terminou em 10º lugar, e pela primeira vez um cavalo de criação nacional marcou presença nas Olimpíadas. O Brasileiro de Hipismo MC Alpes foi montaria de Marcelo Blesmann que competiu na equipe formada por Jorge Carneiro/Testarudo e Aramis, Caio Sérgio de Carvalho/MC El Virtuoso e Vitor Teixeira/Natural.

SEUL / CORÉIA DO SUL, 1988
O Time Brasil ficou em 8º lugar e foi formado pelos conjuntos: Cristina Johannpeter/Societé, Vitor Alves Teixeira/Going, Paulo Stewart/Platon e André Johannpeter/Heartbreaker. Antes mesmo do início dos Jogos o Brasil sofreu baixas. Lassal, cavalo de Neco Pessoa morreu em conseqüência de uma cólica e a égua Wendy, montaria de Carlos Vinícius da Motta não embarcou em razão de uma forte cólica no dia da viagem. Estas duas ausências prejudicaram muito o grupo.

BARCELONA / ESPANHA, 1992
O Time Brasil ficou em 10º lugar com time formado por Nelson Pessoa Filho, o Neco, montando Vivaldi, Rodrigo Pessoa com Special Envoy, Carlos Vinícius da Motta com Wendy e Vitor Alves Teixeira montando Attack Z. Neco competiu ao lado do filho, o estreante Rodrigo que na ocasião, com 19 anos, se tornou o mais jovem cavaleiro em Olimpíada

ATLANTA / EUA, 1996
O sonho da medalha olímpica finalmente se concretizou com a conquista do bronze pelo Time Brasil formado pelos conjuntos: Rodrigo Pessoa/Tom Boy, Álvaro Afonso de Miranda Neto, o Doda, com Arisco Aspen, André Johannpeter/Calei Joter e Felipe de Azevedo/Cassiana Joter. Doda, após desempate pelas medalhas de prata e bronze, ficou em 7º no individual.

Os Jogos de Atlanta foram históricos também para a criação nacional com a participação de quatro animais – Calei, Cassiana e, pela equipe suíça Adelfus Joter – de criação de Jorge Gerdau Johannpeter, do Haras Joter, do Rio Grande do Sul, e Arisco Aspen, criação do Haras Campos Salles, em São Paulo.

SYDNEY / AUSTRÁLIA, 2000
O Brasil conquistou sua segunda medalha de bronze por equipe em um emocionante desempate com a França. O Time Brasil foi formado pelos conjuntos: Rodrigo Pessoa/Baloubet du Rouet, Luiz Felipe de Azevedo/Ralph, Álvaro Miranda Neto, o Doda, com Aspen e André Johannpeter/Calei Joter. Na disputa individual entrou para a história o refugo de Baloubet e a desclassificação de Rodrigo Pessoa que vinha na liderança com chances de conquistar o ouro. André Johannpeter também ficou perto do pódio conquistando o 4º lugar – igualando seu feito ao do General Eloy Menezes, em 1952.

ATENAS / GRÉCIA, 2004
Rodrigo Pessoa montando Baloubet du Rouet conquistou o ouro, resultado histórico para o país por ser a primeira medalha olímpica individual no Hipismo. Rodrigo saiu de Atenas ostentando a prata, o ouro veio um ano depois quando se comprovou o doping do cavalo Waterford Cristal, montaria de Cian O’Connor, da Irlanda. A entrega da medalha foi feita em cerimônia no Forte de Copacabana no Rio de Janeiro. A equipe ficou em 10º lugar e foi composta por Rodrigo Pessoa/Baloubet du Rouet, Bernardo Alves/Canturo, Álvaro Affonso de Miranda Neto/Countdown 23 e Luciana Diniz/Mariachi.

PEQUIM (HONG KONG) / CHINA, 2008
O Time Brasil, 10º colocado foi formado pelos conjuntos Rodrigo Pessoa/Rufus, Bernardo Alves/Chupa Chup 2, Pedro Veniss/Um Blanc des Bancs e Camila Mazza de Benedicto/Bonito Z. Camila garantiu o melhor resultado da equipe com 9ª colocação– melhor resultado de uma amazona brasileira nos Jogos.

JOGOS LONDRES /INGLATERRA, 2012
O time brasileiro ficou em 8º lugar com a formação: Rodrigo Pessoa/HH Rebozo, Alvaro Affonso de Miranda Neto/AD Rahmannshof’s Bogeno e os estreantes Carlos Motta Ribas com Wilexo – conjunto que não pôde saltar no segundo dia – e José Roberto Reynoso Fernandez Filho com Maestro St Lois, cavalo que perdeu uma ferradura minutos antes de entrar em pista, fato que prejudicou o desempenho do conjunto. Doda Miranda e Rodrigo Pessoa classificam-se para a final individual. Doda fica em 12º (empatado com o paulista Cassio Rivetti, que à época defendia a Ucrania, e outros três cavaleiros) e Rodrigo em 22º, depois que seu cavalo, que voltava de uma lesão, cansou ao final da competição.

JOGOS RIO DE JANEIRO / BRASIL, 2016
O Time Brasil terminou em 5º lugar e foi formado pelos conjuntos: Álvaro Afonso de Miranda Neto, o Doda, montando Cornetto K, Pedro Veniss com Quabri de L´Isle e Eduardo Menezes/Quintol. Integrava a equipe Stephan Barcha montando Landpeter do Feroleto – primeiro animal Brasileiro de Hipismo a participar de uma Olimpíada em 20 anos – mas um pequeno corte causado pela espora levou ao corte do conjunto da equipe pela inspeção veterinária, deixando o time brasileiro sem opção de descarte ou corte do pior resultado.

Os três conjuntos seguiram para a final individual. Com um percurso sem faltas, Doda Miranda e Cornetto K terminam em 9º, Pedro Veniss perde um ponto por excesso e terminou em 16º e Eduardo Menezes, com duas faltas, não se classificou para a última rodada. Os percursos do Salto nos Jogos do Rio foram armados pelo course-designer brasileiro Guilherme Nogueira Jorge.

 

PROGRAMAÇÃO

Terça-feira, 3 de agosto
Salto Qualificativa Individual
17h00 – 19h35 (05h00 às 07h35 no Brasil)
20h45 – 21h45 (8h45 às 9h45 no Brasil)
(73 participantes)

Quarta-feira, 4 de agosto
Salto Individual Final
19h00 – 21h15 (07h00 às 09h15 no Brasil)
Cerimônia de Premiação Individual
(30 participantes)

Quinta-feira, 5 de agosto
Salto 2ª inspeção veterinária
09h30 – 11h00 (19h30 às 23h30 da quarta-feira)

Sexta-feira, 6 de agosto
Re-inspeção veterinária
09h30 (21h30 da quinta-feira no Brasil)

Salto Qualificativa por Equipes
19h00 – 22h05 (07h00 às 10h05 no Brasil)
(60 participantes)

Sábado, 7 de agosto
Salto Final por Equipes
19h00 – 21h05 (07h00 às 9h05 no Brasil)
Cerimônia de Premiação por Equipes
(30 participantes)
Domingo, 8 de agosto
Cerimônia de encerramento

Fonte: Imprensa CBH – Carola May e Rute Araujo; fotos: Luis Ruas / Hipismo Brasil

 

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