Rodrigo Pessoa faz balanço de 2016 e comenta sobre os próximos desafios

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Rodrigo Pessoa com Ferro Chin (Divulgação )

A quase um mês do final de 2016, o campeão olímpico Rodrigo Pessoa faz uma análise do período pré e pós Jogos Olímpicos e comenta sobre o próximo ciclo.

Jogos Rio 2016 – “A meu entender o Brasil fez um bom trabalho organizando os Jogos Olímpicos apesar de muitas críticas e pressão negativas antes dos Jogos. Claro que quando você organiza um evento deste tamanho, algumas coisas saem erradas e isso sempre acontece. Mas o Brasil sediou os Jogos da melhor forma possível. Para a cidade do Rio de Janeiro, as Olimpíadas deixaram um novo sistema de transporte, novos estádios e todos os tipos de melhorias. Mas acabou que as coisas tiveram alto custo e o pais está vivendo um momento difícil politicamente, com o impeachment da Presidente, gerando instabilidades e incertezas no futuro do país. Mas eu acredito e espero que esta nova administração possa achar o caminho para trazer o Brasil de volta ao lugar que ele pertence. É um país maravilhoso, com um povo incrível. A corrupção em alto escalão machucou o país demais e será duro esta subida econômica, mas precisamos ter esperança e ela é a última que morre sempre”

Ficar de fora dos Jogos Olímpicos Rio 2016 – “Foi muito duro, mas é a vida e não temos mais que olhar para trás. Passei por vários estágios: de raiva à decepção para fechar este capítulo. Sobre o desempenho do Brasil, o quinto lugar foi provavelmente bom para algumas pessoas, neste caso, a equipe teve uma chance real de medalha e chegou muito perto. A desclassificação do Stephan Barcha pelas regras da FEI (sangramento do animal após a primeira passagem da Copa das Nações) abalou a equipe. Como eu havia previsto de ante-mão, este conjunto não tinha experiência para uma competição desta magnitude e a expectativa da equipe era muito alta. Eles queriam muito a medalha e quando veio a quinta colocação, ficaram decepcionados, mas ainda assim era um bom resultado. Os outros três cavaleiros ( Doda Miranda, Eduardo Menezes e Pedro Veniss) fizeram tudo o que eles podiam, montaram bem mas a pressão da segunda volta foi muito alta, especialmente por estarem em casa. Eles cometeram pequenos erros que lhe custaram o pódio. Eu não culpo eles, o único culpado é o técnico George Morris. Desde então, eu só vi o George Morris de longe, em Kuntecky, comentando a final do Junior. Ele sabe em seu coração que tomou a decisão errada mas é muito difícil ele admitir isso e pedir desculpas, mas como eu falei antes, são águas passadas. Seu contrato com a CBH já acabou e era muito improvável que ele iria ficar, a não ser que o time ganhasse uma medalha. Mas de fato, não estou surpreso que ele tenha saído.

Pós Jogos Rio 2016 – Eu tenho competido em alguns torneios na Europa, incluindo a Copa das Nações em Barcelona, alguns torneios da América do Norte e aproveitado para curtir a família também. Disputei o 5 estrelas de Tryon, e cometi uma falta no último obstáculo no GP, na primeira competição do Ferro Chin, desde a sua cirurgia, em junho. Depois competi em Kentucky com a Cdjanine e ela fez percurso limpo no GP válido pela Copa do Mundo, mas acabei não indo bem no desempate. Agora, eu acabei de encerrar a temporada com a competição em Toronto. É uma competição que eu gosto muito, é tradicional e diversificada nas provas para todos os tipos de aficcionados pelo esporte equestre. Meus dois cavalos saltaram bem. A Cadjanine foi segundo numa prova importante e infelizmente fez duas faltas no GP da Copa do Mundo. O Ferro Chin saltou bem as provas intermediárias e fez uma falta no GP. Eu estou feliz que ele está de volta em um bom nível depois de seus problemas de saúde. Ano que vem será um grande ano para ele e poderá mostrar todo o seu potencial.

Futuro na equipe do Brasil – Eu saltei em Barcelona na final das Copa das Nações e ganhamos a prova de consolação, que foi bom. Nesta semana, a nossa Confederação terá eleição para Presidência e veremos quais são os planos dessa nova administração.

Sobre a possibilidade de ser treinador de outros países ( Irlanda e Bélgica) – Tem rumores por aí e tenho que admitir que são sim possibilidades . Vamos ver o que vai acontecer. Temos um longo caminho antes de qualquer decisão. De qualquer forma, eu sempre desempenhei um pouco esse papel no Brasil por ser o cavaleiro mais experiente do grupo, sempre estive próximo ao técnico ajudando a equipe do Brasil. Não tem nada definido ainda.

Temporada 2017 – Até 2017 começar, em dezembro, vou ter minha terceira filha, agora em dezembro. Então teremos um mês calmo e dedicado à família e aos amigos. Como já faço há 10 anos, começarei meu ano na Flórida, onde já estou, e vou disputar o Winter Equestrian Festival. É uma oportunidade de competir em alto nível, com um ótimo clima e especialmente sem precisar ficar viajando durante quatro meses. É realmente muito bom! Trouxe o Ferro Chin e o Jordan para os Eua, que serão meus principais cavalos e algumas novas montarias em potencial. O Jordan se machucou no início deste ano e foi um dos piores momentos de 2016. Eu tinha muita expectativa que ele continuaria a sua evolução e estaria pronto para competir nos Jogos Olímpicos. Mas imediatamente que foi diagnosticada a sua séria lesão, eu soube que o ano tinha acabado para ele. Agora ele está de volta, cheio de energia e estou confiante que ele estará pronto para a temporada 2017. Eu só quero para 2017, ter cavalos com saúde para ter um bom ano e conquistar algumas vitórias.

Jogos Equestres Mundiais 2018 – Será excelente para o Mark Bellissimo e seu time. As facilidades no Centro Equestre Internacional de Tryon, na Carolina do Norte, são maravilhosas e eu espero que tudo ocorra bem durante o evento. Não é fácil organizar um evento deste tamanho em apenas dois anos, além de ser muito caro.

Fonte: MktMix Assessoria de Comunicação

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