Pedro Veniss aprende com a dor e chega ao ápice com o “cavalo da vida”

Cavaleiro passou por decepções em Pequim e Londres e se vê maduro para dar a volta por cima na Olimpíada Rio 2016 junto com o garanhão Quabri de L’Isle

Por Diego GuichardRio de Janeiro

Cair para recomeçar. Sofrer para aprender. O paulista Pedro Veniss sentiu na pele momentos difíceis na carreira de cavaleiro. Problemas do passado que o forjaram como um atleta mais experiente e preparado para sonhar alto na Rio 2016, junto com o garanhão Quabri de L’Isle. No ápice como atleta e com o melhor “cavalo da vida”, espera ajudar o time brasileiro a pensar grande nas disputas de saltos que se iniciam neste domingo, no Complexo de Deodoro.

pedro veniss - quabri

Pedro Veniss, montando Quabri de L’Isle na prova classificatoria de hipismo saltos (Foto: Washington Alves/Exemplus/COB)

Aos 33 anos, Veniss será o cavaleiro que fechará a sequência de apresentações do Brasil neste domingo, logo após Eduardo Menezes, Stephan Barcha e Doda Miranda, respectivamente. E espera absorver da vibração da torcida brasileira em uma pista em que já se deu bem: foi ouro em Deodoro no Pan de 2007.

– Estou muito feliz de voltar para o Rio. Estive aqui em 2007 e tenho uma recordação muito boa, fui medalha de ouro em Deodoro. É muito bom poder contar com a nossa torcida – conta, ao GloboEsporte.com.

O cavaleiro tem no DNA o apreço pelo hipismo, já que vem de uma família tradicional no esporte. É sobrinho de Caio Sérgio, chefe da equipe brasileira e que foi o seu primeiro professor, ainda quando era apenas um garoto. Quando tinha 17 anos, foi para a Europa passar um ano e conhecer a modalidade de forma profissional.

Em solo europeu, Veniss teve uma visão: era aquilo que queria ser para o resto da vista. E decidiu não mais retornar ao Brasil para se tornar um atleta de alto nível – o que conseguiu anos mais tarde. Atualmente, reside na Bélgica.

– Eu gosto muito do Brasil, mas para estar em alto nível é preciso estar na Europa. É como se fosse a NBA. Quem deseja competir em alto nível no basquete, deseja disputar a liga americana – exemplifica.

Essa será a terceira Olimpíada do ginete. De Pequim, em 2008, não guarda boas recordações. Após ter conseguido uma apresentação impecável, num percurso sem faltas, caiu do cavalo Un Blanc de Blancs no dia seguinte e foi eliminado.

– Nós aprendemos bastante com as derrotas. Foi difícil, aconteceu um acidente. Aquilo me ajudou a ficar mais forte. Dessa vez, posso contar com um cavalo melhor. O outro também era muito bom, mas acredito que esse seja melhor – comenta.

Esse é o melhor cavalo que eu tive na carreira. – É muito bom de ele ser nosso, nos dá uma segurança maior
Veniss, sobre o Quabri de L’Isle

Em 2012, uma decepção provavelmente ainda mais dolorida. Estava qualificado para Londres, mas teve seu cavalo vendido, a um mês dos Jogos Olímpicos. Precisou ser substituído por outro cavaleiro.

Agora, Veniss vive momento completamente diferente. Desde 2014, monta o garanhão  Quabri de L’Isle – um presente inegável da mãe da esposa. Ao falar do cavalo, enche o peito de orgulho para elogiar o animal.

– Esse é o melhor cavalo que eu tive na carreira – exalta. – É muito bom de ele ser nosso, nos dá uma segurança maior. Sempre trabalhei para comerciantes e proprietários. Em Londres, meu cavalo foi vendido para outro cavaleiro um mês antes. Foi uma decepção muito grande. Hoje, sei que o cavalo vai ficar comigo.

As disputas em Deodoro se iniciam neste domingo. Comandada pelo americano George Morris, a equipe brasileira tenta recolocar o país na rota das medalhas, que não conquista de 2004.

Fonte- Globo Esporte

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