Araranguá habilita mais sete conjuntos à disputa do Freio de Ouro

Até agora, 72 dos 96 finalistas ao título máximo do cavalo Crioulo já foram definidos

Na parada mais recente do circuito 2016, Araranguá voltou novamente os olhos da raça para Santa Catarina, onde sete candidatos ao páreo do Freio de Ouro garantiram seu momento de brilhar no Parque Assis Brasil, em Esteio (RS) na decisão da temporada. E em uma virada surpreendente, Seresteira de São Manoel foi a fêmea a terminar no primeiro lugar juntamente com o garanhão Justiceiro do Mano a Mano. Até Seresteira e Justiceiro comprovarem seu potencial como os primeiros na etapa catarinense, 42 conjuntos, destes 24 fêmeas e 18 machos, se colocaram à prova diante do trio de jurados formado pelos criadores Fábio Muricy Camargo, Manoel Braz Gonçalves e Mauro Raimundi Ferreira.

Na primeira dianteira a fêmea SJ Batalha e o macho Donde Estas 110 da Trovador tiveram a melhor avaliação morfológica. Já quando a funcionalidade assumiu a atenção, Butiá Zagaia e Justiceiro do Mano a Mano se saíram melhor e pontearam quase toda a seletiva mostrando, inclusive, as melhores performances também nos primeiros desafios impostos pelas etapas com o gado. Entretanto, entre as matrizes, na Bayard-Sarmento os ventos começaram a soprar mais em direção à Seresteira, que conduzida por Francisco Kras Alves – reconhecido como o Ginete Destaque – deu um verdadeiro show na paleteada final e fez as placas mais altas a consolidarem no topo do pódio.

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1˚lugar entre as fêmeas – Seletiva Araranguá: Seresteira de São Manoel; (Foto:Felipe Ulbrich/ABCCC/Divulgação)

Com a performance de Seresteira, a expositora Monaliza Soratto Mezzari, da Cabanha Nobreza Crioula, de Morro da Fumaça/SC, conseguiu garantir sua estreia na Expointer. “Está sendo uma grande emoção, sonhamos muito com esse momento. Primeiro agradecemos a Deus, ao trabalho de toda nossa equipe, o veterinário, o tratador, o treinador, enfim, todos eles”, comemora a criadora que está há aproximadamente cinco anos focando nas pistas do Freio de Ouro.

Ver Justiceiro pontear a disputa até o final foi uma alegria imensa para o criador Paulo Reali e seu filho Thiago. Juntos eles irão ter através do garanhão, neto BT Mano a Mano do Junco, a décima oportunidade na pista de Esteio no fechamento do ciclo. “O Justiceiro é um cavalo que sobrou boca. Estamos muito contentes, nossa genética é vencedora, por isso vamos novamente para a Expointer”, afirma Paulo Reali.

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Justiceiro do Mano A Mano garantiu sua passagem para final do Freio de Ouro; (Foto: Felipe Ulbrich/ABCCC/Divulgação)

Segundo um dos jurados, Mauro Ferreira, é sempre um grande privilégio para a raça poder voltar ao Caverá. Ele lembra que em 2014, mesmo com a forte chuva, foi possível fazer grandes provas. Então agora com tempo bom, foi um espetáculo à parte julgar um plantel Crioulo e de tão bom nível nessa estrutura. “É um ambiente ímpar. E não apenas pelas condições, mas pela receptividade e por todo o conjunto que propicia à raça se beneficiar desse lugar”, parabeniza.

Conforme o presidente do Núcleo de Criadores de Cavalos Crioulos do Sul Catarinense, Vilmar Costa, poder voltar a abrigar um evento da proporção de uma semifinal é um grande orgulho. Ao agradecer a oportunidade, o gestor atribui ainda o sucesso da iniciativa às parcerias importantes feitas, principalmente, com o Caverá Country Park que, pela segunda vez disponibiliza sua excelente estrutura em benefício da raça Crioula. “Tivemos a honra de sediar uma classificatória, graças ao apoio forte da organização do parque. É uma parceria que vem dando certo”, aponta.

Além da contribuição vinda dos hermanos da Argentina e do Uruguai – que também selecionaram conjuntos à final – no Brasil, o pontapé do roteiro de seletivas aconteceu com o Bocal de Ouro enviando o dobro de inéditos à Expointer. Assim como Esteio (RS), que na semifinal aberta, também elencou 16 habilitados à decisão. Na sequência, mais placas foram levantadas em Pato Branco, classificando outros exemplares no Paraná. De volta ao Rio Grande do Sul, Vacaria, no Norte do estado e Bagé, ao Sul, despontaram como as oportunidades de fazer parte do sonho da maioria dos crioulistas.

Confira abaixo o resultado:

FÊMEAS
1º Lugar

Seresteira de São Manoel, filha de Santa Teresa Ambicioso e Ibiza de São Manoel, criador Ricardo Alvarez, expositor Monaliza Flores Soratto Mezzari, Cabanha Nobreza Crioula, Morro da Fumaça/SC
Ginete: Francisco Kras Alves
Nota: 19,302

2º Lugar

Butiá Zagaia, filha de Butiá Olodum e Butiá Nevoa, criador Sementes e Cabanha Butiá Ltda, expositor Sementes e Cabanha Butiá Ltda e Cabanha Movimento, Cabanha Butiá e Cabanha Movimento, Passo Fundo/RS
Ginete : Marcelo Bertagnolli
Nota: 18,719

3º Lugar

Agraciada Nuestra Señora, filha de Santa Elba Señuelo e Balzaquiana do Palanqueiro, criador Patricia Netto Machado e Paulo Machado, expositor Solano Pires Júnior, Estância São Jorge, Osório-RS
Ginete: Everton de Deus Valim
Nota: 18,669

4º Lugar

Guapuruma Lanilla, filha de BT Lucero e Malta das Três Estâncias, criador e expositor André Luiz Narciso Rosa, Estância Guapuruma, Navegantes/SC
Ginete: Cézar Augusto Schell Freire
Nota: 18,568

MACHOS

1º Lugar

Justiceiro do Mano A Mano, filho de Mais Um Cartucho e Doçura do Mano A Mano, criador Paulo Ronei Reali e Thiago Merck Reali, expositor Paulo R. Reali e Thiago M. Reali, Cabanha Carpe Diem, Fazenda Vilanova/RS
Ginete: Cézar Augusto Schell Freire
Nota: 19,259

2º Lugar

Zé Dirceu dos Castanheiros, filho de Santa Elba Señuelo e Butiá Ubaia,
criador Miguel e Rodrigo Scarpellini Campos, expositor Condomínio Sinuelo, CT Rebuscada, Araranguá/SC
Ginete: Francisco Kras Alves
Nota: 18,674

3º Lugar

General da Maior, filho de Buenaço da Maior E JC Atrevida,
criador André Ricardo Souto Maior, expositor José dos Santos,  Cabanha Scudo de Prata, Pinhais/PR
Ginete: Diogo Fontoura
Nota: 18,454

4º Lugar (não classificado)

Xavante da Santa Úrsula, filho de BT Hornero do Junco e VBB Maneca, criador Bento Fontoura Oliveira e Filhos, expositor João Cláudio Ronsoni, JCR, Erechim/RS
Ginete: Charles Fagundes
Nota: 17,415

Fonte Revista Horse

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