Armador da Rio 2016, Guilherme Jorge é destaque na mídia internacional especializada

guilherme_jorge1

Guilherme Jorge em ação durante os Jogos Rio 2016; img: reprodução facebook

Leia a entrevista exclusiva de Guilherme Nogueira Jorge, responsável pelo tão elogiado desenho de percurso das Olimpíadas Rio 2016, ao site World of Showjumping.

Armar os percursos no Rio foi muito especial para Guilherme. “Minha primeira experiência olímpica foi em Atlanta 1996, e eu senti uma energia especial. Quando o Brasil foi escolhido para sediar os Jogos Olímpicos em 2009, coloquei na minha cabeça que seria o course designer. Nunca pensei assim a respetio de outros concursos ou campeonatos; me esforcei e tentei aprender o máximo possível trabalhando como assistente em grandes eventos. Assim, fui recebendo convites e quando o Brasil foi escolhido, eu já era um armador nível 4 da FEI. Áquela altura, eu realmente queria ser o armador das Olimpíadas e continuei me preparando para isso. Mas o processo é realmente complicado”, explicou Guilherme durante um seminário no Helsinki International Porsche Horse Show.

A preparação de Guilherme e sua equipe para o grande show no Rio levou um ano e meio. Sobre seus métodos para desenhar para diferentes tipos de conjuntos, ele explica: “Eu gosto de misturar as coisas: exigir um pouco de força, um pouco de cuidado, então podemos brincar um pouco com o tempo concedido e assim propor diferentes questões aos cavaleiros.”

“A situação atual do esporte e a qualidade dos cavalos e cavaleiros faz nosso trabalho como course designers muito desafiador, mas não podemos esquecer que estamos do mesmo lado que os cavaleiros. Todos nós queramos fazer um bom esporte. Não quero falar sobre “truques” quando falamos sobre os desafios que podemos criar ao fazer os traçados. Eu goste de chamar de “propor questões”. A maneira mais fácil de pôr pressão nos cavaleiros é através do tempo concedido. Mas, isso deve ser apenas um dos fatores. Temos outras questões, por exemplo, os cavaleiros devem estar aptos a alongar e encurtar o galope, devem manter o equilíbrio nas curvas e por aí em diante”, explica Guilherme.

“Eu acredito que para ajudar a desenvolver o esporte devemos começar a propôr essas questões em provas mais baixas, claro que levando em consideração o nível e aexperiência dos participantes”, continua ele. “Por exemplo, na categoria Junior já há conjuntos bem fortes. Então não há problema em propôr algumas questões, mesmo com a altura dos obstáculos mais baixa.”

“Já para os cavalos novos é preciso bom senso”, diz Gulherme. “Os percursos devem ser encorajadores, com distânccias para frente. Em relação ao tempo concedido, eu penso que devemos dar o suficiente. Aos 6 ou 7 anos, podemos começar a apresentar mais questões, ms não gosto de pressioná-los com o tempo.”

Embora hoje ele seja considerado um dos melhores course designers do mundo, levou algum tempo para Guilherme descobrir sua vocação. Antes de ser armador, ele fazia algo totalmente diferente. “Sempre amei os cavalos e meu pai era médico: então qual a escolha lógica? Estudei medicina veterinária. Trabalhei como veterinário por oito anos, mas sempre adorei o esporte e gostari de fazer mais por ele. Nunca me considerei um cavaleiro bom o suficiente, nunca pude ter cavalos e treinamento adequados, então armar me deu a chance de estar mais envolvido com o esporte. Em pricípio trabalhava tanto como veterinário quanto como armador, mas aos poucos isso foi mudando”, conta Guilherme.

“Nosso esporte é único por isso: alguém desenha o percurso e o desafio para os cavaleiros é sempre diferente. Adoro o esporte e acho fascinante poder criar os desafios.”

Fonte: Nanna Nieminem / World of Showjumping

Escreva um Comentário

Please enter your comment!
Please enter your name here