Brasil começa com Marlon Zanotelli / Edgar M, Pedro Veniss / Quabri d L´Isle e Rodrigo Pessoa / Carlito´s Way 6 na qualificativa das equipes em 6/8. Rodrigo Pessoa, ouro individual em 2004, integrou os times medalha de bronze em 1996 e 2000. Regras de jogo e histórico do Brasil de 1948 a 2016.
Nessa sexta-feira, 6/8, 19 países largam na qualificativa da final por equipes em Tóquio que terá 10 nações em pista e, se for o caso, as que estiverem empatadas em 10º lugar. O Time Brasil de Salto é o 15º país com o primeiro conjunto em pista entre um total de 19 nações. Largam pela ordem: República Tcheca, China, Japão, Israel, México, Argentina, Marrocos, Nova Zelândia, Irlanda, Egito, França, Suécia, EUA, Grã Bretanha, Brasil, Suíça, Bélgica, Alemanha e Holanda.
Marlon Zanotelli montando Edgar M abre a rodada do Time Brasil e será o 15º em pista, seguido por Pedro Veniss com Quabri d L´Isle, nº 34, dupla que integrou a equipe 5ª colocada na Rio 2016, e Rodrigo Pessoa que retorna ao Time Brasil e garante sua 7ª participação com Carlito´s Way 6, nº 53.
Marlon com Edgar M na qualificativa individual
Pedro com Quabri d L´Isle no warm-up em Tóquio
Pelo formato da nova regra, o técnico pode fazer uma troca na equipe até 2 horas antes, por qualquer motivo. Se classificam para a final as 10 melhores equipes somando o resultado dos três conjuntos da primeira prova (sem descarte). Se um dos conjuntos for eliminado a equipe se classificará depois das que terminaram os 3 conjuntos. No caso da eliminação de dois conjuntos toda a equipe estará eliminada. A destacar que no novo formato dos Jogos Olímpicos, a disputa individual antecedeu a por equipes e Yuri Mansur com Alfons do Santo Antonio foi para final dos Top 30 fechando em 20º lugar. Marlon Zanotelli com Edgar M disputou a qualificativa individual e por muito pouco ficou de fora da final em 31º lugar.
Rodrigo com Carlito´s Way no warm-up
Yuri e Alfons do Santo Antonio na final individual olímpica pode, a critério do técnico, integrar a equipe na decisão final
O técnico do Time Brasil é Philippe Guerdat e Pedro Paulo Lacerda, chefe de equipe, ambos lideraram a conquista do hexacampeonato do país nos Jogos Pan-americanos de Lima 2019, quando Marlon Zanotelli garantiu o inédito ouro individual.
A equipe brasileira, comissão técnica e staff de apoio reunida na arena de Tóquio em 5/8 quando os cavalos foram 100% aprovados na inspeção veterinária
As medalhas de bronze em 1996 e 2020 e o ouro individual em 2004
Há 26 anos, o Brasil conquistava sua primeira medalha de bronze em Jogos Olímpicos. Após 10 participações em Jogos Olímpicos, o sonho da medalha olímpica se concretizou com a conquista do bronze pelo Time Brasil formado pelos conjuntos: Rodrigo Pessoa/Tom Boy, Álvaro Afonso de Miranda Neto, o Doda, com Arisco Aspen, André Johannpeter/Calei Joter e Felipe de Azevedo/Cassiana Joter.
O Time Brasil medalha de bronze em Atlanta 1996 com Nelson Pessoa Filho, o Neco, treinador e Cel Joberto Pio da Fonseca, renomado course-designer, chefe de equipe
Quatro anos mais tarde, o conquistava sua segunda medalha de bronze por equipe em um emocionante desempate com a França. O Time Brasil foi formado pelos conjuntos: Rodrigo Pessoa/Baloubet du Rouet, Luiz Felipe de Azevedo/Ralph, Álvaro Miranda Neto, o Doda, com Aspen e André Johannpeter/Calei Joter. Na disputa individual entrou para a história o refugo de Baloubet e a desclassificação de Rodrigo Pessoa que vinha na liderança com chances de conquistar o ouro. André Johannpeter também ficou perto do pódio conquistando o 4º lugar – igualando seu feito ao do General Eloy Menezes, em 1952.
Vale lembrar ainda da conquista do primeiro ouro individual com Rodrigo Pessoa montando Baloubet du Rouet em Atenas 2004. Rodrigo saiu de Atenas ostentando a prata, o ouro veio meses depois quando se comprovou o doping do cavalo Waterford Cristal, montaria de Cian O’Connor, da Irlanda. A entrega da medalha foi feita um ano depois em cerimônia no Forte de Copacabana no Rio de Janeiro.
Já Nelson Pessoa, o Neco, pai do campeão olímpico Rodrigo Pessoa, disputou os Jogos Olímpicos em Estocolmo 1956, Japão 1964, quando foi o único representante do Brasil emplacando em 5º lugar, México 1968, Alemanha 1972 e Barcelona 1992, ao lado do filho, o estreante Rodrigo que na ocasião, com 19 anos, se tornou o mais jovem cavaleiro em Olimpíada.
Em Tóquio 2020, Neco comemorou a prata por equipes da Austrália que ainda contou com bronze individual de Andrew Hoy no Concurso Completo de Equitação, treinando o país para a fase do salto, que fecha a modalidade considerada um triatlo equestre. Neco também esteve presente nas conquistas do bronze do Brasil por equipes como treinador.
Histórico do Time Brasil em Jogos Olímpicos de 1948 a 2016
LONDRES / INGLATERRA, 1948
Primeira Olimpíada em que o Brasil participou. O melhor resultado do país foi o 10º lugar do tenente-coronel Franco Pontes montando Itaguaí. O Time Brasil foi formado exclusivamente por militares: além de Franco Pontes integraram a equipe os capitães Rubem Continentino/Bom Soir, Eloy Menezes / Sabu e o tenente Renyldo Pedro Guimarães Ferreira, além do chefe da equipe, general Edgar Amaral, e o veterinário, o capitão Darcy Villaça.
A prova das Nações teve como palco o estádio de Wembley e o time brasileiro sofreu algumas alterações com a troca improvisada de cavaleiros – Morrot, que havia sido selecionado para competir na prova de Salto foi escalado na última hora para disputar o Concurso Completo de Equitação (CCE) montando Guapo, de Eloy, que por sua vez ficou no time reserva de Salto com Sabu. O transporte dos cavalos para a Inglaterra foi feito por um navio do Lloyd Brasileiro e a viagem durou 32 dias. Alguns cavaleiros seguiram na mesma embarcação.
HELSINQUE / FINLÂNDIA, 1952
Time Brasil ficou em 4º lugar por equipe e foi 4º no individual com Eloy Menezes montando Bigá. Integrou o Time Brasil, só formado por militares, além de Menezes, Álvaro de Toledo/Eldorado e Renyldo Ferreira/Bibelot
ESTOCOLMO / SUÉCIA, 1956
O Brasil ficou em 10º com equipe mista formada por dois militares, Eloy Menezes e Renyldo Ferreira, e dois cavaleiros civis, Pedro Lopes Corvello e Nelson Pessoa Filho, o Neco. Pela primeira vez os animais foram transportados de avião. Atrasos no embarque e a chegada em cima da hora acabaram prejudicando a preparação da equipe para a competição.
ROMA / ITÁLIA, 1960
A equipe foi formada por Francisco Rabelo montando Sultão, Oscar Sotero com Cerrito, Cel. Renyldo Ferreira com Marengo e na reserva Fernando Monzon.
TÓQUIO / JAPÃO,1964
Nélson Pessoa Filho, o Neco, foi o único representante brasileiro. Montando Huipil terminou empatado em 5º lugar.
CIDADE DO MÉXICO / MÉXICO, 1968
O Salto foi a única modalidade hípica com participação do Brasil. O time, 7º colocado, foi formado por Nelson Pessoa, o Neco, montando Pass Opp, Lúcia Faria com Rush du Camp, José Roberto Reynoso Fernandez, o Alfinete, montando Cantal e Gérson Monteiro com Polder. Na disputa individual, Lúcia Faria terminou em 12º lugar, melhor resultado entre os competidores do continente americano.
MUNIQUE / ALEMANHA, 1972
O Brasil foi representado por dois conjuntos: Antonio Alegria Simões montando Bonsoir terminou em 32º e Nelson Pessoa Filho com Nagir em 39º.
MOSCOU / RÚSSIA, 1980
O Brasil não teve nenhum representante no Hipismo, apesar de todos os esforços para enviar Elizabeth Assaf e Jorge Carneiro que competiam na Europa. O boicote aos Jogos levou apenas cinco países, sem tradição hípica olímpica, a participar com equipes completas, além de dois competidores na disputa individual.
LOS ANGELES / EUA, 1984
O Time Brasil terminou em 10º lugar, e pela primeira vez um cavalo de criação nacional marcou presença nas Olimpíadas. O Brasileiro de Hipismo MC Alpes foi montaria de Marcelo Blessmann que competiu na equipe formada por Jorge Carneiro/Testarudo e Aramis, Caio Sérgio de Carvalho/MC El Virtuoso e Vitor Teixeira/Natural.
SEUL / CORÉIA DO SUL, 1988
O Time Brasil ficou em 8º lugar e foi formado pelos conjuntos: Cristina Johannpeter/Societé, Vitor Alves Teixeira/Going, Paulo Stewart/Platon e André Johannpeter/Heartbreaker. Antes mesmo do início dos Jogos o Brasil sofreu baixas. Lassal, cavalo de Neco Pessoa morreu em consequência de uma cólica e a égua Wendy, montaria de Carlos Vinícius da Motta não embarcou em razão de uma forte cólica no dia da viagem. Estas duas ausências prejudicaram muito o grupo.
BARCELONA / ESPANHA, 1992
O Time Brasil ficou em 10º lugar com time formado por Nelson Pessoa Filho, o Neco, montando Vivaldi, Rodrigo Pessoa com Special Envoy, Carlos Vinícius da Motta com Wendy e Vitor Alves Teixeira montando Attack Z. Neco competiu ao lado do filho, o estreante Rodrigo que na ocasião, com 19 anos, se tornou o mais jovem cavaleiro em Olimpíada
ATLANTA / EUA, 1996
O sonho da medalha olímpica finalmente se concretizou com a conquista do bronze pelo Time Brasil formado pelos conjuntos: Rodrigo Pessoa/Tom Boy, Álvaro Afonso de Miranda Neto, o Doda, com Arisco Aspen, André Johannpeter/Calei Joter e Felipe de Azevedo/Cassiana Joter. Doda, após desempate pelas medalhas de prata e bronze, ficou em 7º no individual.
Os Jogos de Atlanta foram históricos também para a criação nacional com a participação de quatro animais – Calei, Cassiana e, pela equipe suíça Adelfus Joter – de criação de Jorge Gerdau Johannpeter, do Haras Joter, do Rio Grande do Sul, e Arisco Aspen, criação do Haras Campos Salles, em São Paulo.
SYDNEY / AUSTRÁLIA, 2000
O Brasil conquistou sua segunda medalha de bronze por equipe em um emocionante desempate com a França. O Time Brasil foi formado pelos conjuntos: Rodrigo Pessoa/Baloubet du Rouet, Luiz Felipe de Azevedo/Ralph, Álvaro Miranda Neto, o Doda, com Aspen e André Johannpeter/Calei Joter. Na disputa individual entrou para a história o refugo de Baloubet e a desclassificação de Rodrigo Pessoa que vinha na liderança com chances de conquistar o ouro. André Johannpeter também ficou perto do pódio conquistando o 4º lugar – igualando seu feito ao do General Eloy Menezes, em 1952.
ATENAS / GRÉCIA, 2004
Rodrigo Pessoa montando Baloubet du Rouet conquistou o ouro, resultado histórico para o país por ser a primeira medalha olímpica individual no Hipismo. Rodrigo saiu de Atenas ostentando a prata, o ouro veio um ano depois quando se comprovou o doping do cavalo Waterford Cristal, montaria de Cian O’Connor, da Irlanda. A entrega da medalha foi feita em cerimônia no Forte de Copacabana no Rio de Janeiro. A equipe ficou em 10º lugar e foi composta por Rodrigo Pessoa/Baloubet du Rouet, Bernardo Alves/Canturo, Álvaro Affonso de Miranda Neto/Countdown 23 e Luciana Diniz/Mariachi.
PEQUIM (HONG KONG) / CHINA, 2008
O Time Brasil, 10º colocado foi formado pelos conjuntos Rodrigo Pessoa/Rufus, Bernardo Alves/Chupa Chup 2, Pedro Veniss/Um Blanc des Bancs e Camila Mazza de Benedicto/Bonito Z. Camila garantiu o melhor resultado da equipe com 9ª colocação– melhor resultado de uma amazona brasileira nos Jogos.
JOGOS LONDRES /INGLATERRA, 2012
O time brasileiro ficou em 8º lugar com a formação: Rodrigo Pessoa/HH Rebozo, Alvaro Affonso de Miranda Neto/AD Rahmannshof’s Bogeno e os estreantes Carlos Motta Ribas com Wilexo – conjunto que não pôde saltar no segundo dia – e José Roberto Reynoso Fernandez Filho com Maestro St Lois, cavalo que perdeu uma ferradura minutos antes de entrar em pista, fato que prejudicou o desempenho do conjunto. Doda Miranda e Rodrigo Pessoa classificam-se para a final individual. Doda fica em 12º (empatado com o paulista Cassio Rivetti, que à época defendia a Ucrania, e outros três cavaleiros) e Rodrigo em 22º, depois que seu cavalo, que voltava de uma lesão, cansou ao final da competição.
JOGOS RIO DE JANEIRO / BRASIL, 2016
O Time Brasil terminou em 5º lugar e foi formado pelos conjuntos: Álvaro Afonso de Miranda Neto, o Doda, montando Cornetto K, Pedro Veniss com Quabri de L´Isle e Eduardo Menezes/Quintol. Integrava a equipe Stephan Barcha montando Landpeter do Feroleto – primeiro animal Brasileiro de Hipismo a participar de uma Olimpíada em 20 anos – mas um pequeno corte causado pela espora levou ao corte do conjunto da equipe pela inspeção veterinária, deixando o time brasileiro sem opção de descarte ou corte do pior resultado.
Os três conjuntos seguiram para a final individual. Com um percurso sem faltas, Doda Miranda e Cornetto K terminam em 9º, Pedro Veniss perde um ponto por excesso e terminou em 16º e Eduardo Menezes, com duas faltas, não se classificou para a última rodada. Os percursos do Salto nos Jogos do Rio foram armados pelo course-designer brasileiro Guilherme Nogueira Jorge.
PROGRAMAÇÃO
Sexta-feira, 6 de agosto
Salto Qualificativa por Equipes
19h00 – 22h05 (07h00 às 10h05 no Brasil)
(60 participantes)
Sábado, 7 de agosto
Salto Final por Equipes
19h00 – 21h05 (07h00 às 9h05 no Brasil)
Cerimônia de Premiação por Equipes
(30 participantes)
Domingo, 8 de agosto
Cerimônia de encerramento
Fonte: Imprensa CBH – Carola May e Rute Araujo; fotos: Luis Ruas / Hipismo Brasil e arquivo História do Hipismo Brasileiro