No final de semana, entre 9 e 12/11, o Concurso Internacional e Nacional de Rédeas Super Stakes – evento maior da modalidade da Associação Nacional do Cavalo de Rédes (ANCR) – movimentou o Parque de Exposições Dr Francisco Cruz Pimentel em Avaré, no interior paulista. Na sexta-feira, 10, o ponto alto foi a primeira de três seletivas da modalidade – com chancela da Confederação Brasileira de Hipismo (CBH) e Federação Equestre Internacional (FEI) – para formação da equipe brasileira nos Jogos Equestres Mundiais 2018, que acontece a cada quatro anos e reúne as oito modalidades oficiais da FEI e chega sua 8ª edição, entre 10 e 23 de setembro, no Tryon International Equestrian Center, Carolina do Norte (EUA).
O vencedor da seletiva Roberto Jou com F5 Licurgo do Tapajós (Foto Perigo)
A prova seletiva para o Mundial – CRI 3* FEI/CBH – Tripol Ranch Classic – teve ótima participação de 12 conjuntos. Com performance impecável sagrou-se vencedor o gaúcho Roberto Jou com F5 Licurgo do Tapajós, também carinhosamente conhecido como Loiro, totalizando 74 pontos. Marcelo Almeida colocou dois cavalos no top 3 da Seletiva. Com Mahogany Whiz marcou 73,5 e com Smart Smoking Chic a nota foi 73.
O cavaleiro top Marcelo Almeida emplacou em 2º e 3º lugar (Foto Perigo)
Conjunto que esteve nos Jogos de 2014, na França, Gilson Diniz com Steppin Off Sparks marcou 72,5, entrando na briga para repetir a participação em 2018. Com 72, o experiente Gilson Vendrame e o vencedor A Little Spring Step também estão na disputa. A nota válida para os conjuntos candidatos a uma vaga na equipe brasileira foi do norte-americano Joe Hayes, juiz oficial da FEI e National Reining Horse Association, que esteve frente ao julgamento do evento ao lado de Hiram Rezende, Leonardo Feitosa, Reginaldo Mello Rosa, Wadson Lander e Catharine Ferrazolli (equipamento).
Gilson Diniz e Steppin Off Sparks (Foto Perigo)
“Estou muito feliz por ter já iniciado as seletivas do Mundial com o pé direito. Nada é certo ainda, mas é um sonho representar o Brasil. Enfim, estou muito contente de ter concluído essa primeira fase e também pelo cavalo estar sadio. Mas ainda temos a segunda e a terceira fase que serão bem fortes, e os competidores virão com tudo. Então é preciso continuar me preparando”, destacou Joberto Jou. “Quero agradecer muito a minha família, minha esposa Paula, meus pais e sogros que sempre apoiaram a minha paixão e profissão de treinador de cavalos”, declarou Roberto Jou, 40, que está frente do seu próprio centro de treimanento Sul Rédeas, em Eldorado do Sul, a 20 min de Porto Alegre.
Roberto também comentou a perfomance de seu cavalo Licurgo, o Loiro, da raça crioula de 9 anos, de propriedade de Gilvane Santos, proprietária da Cabanha Marca dos Santos. “Recentemente com o Loiro ganhamos o Campeonato Gaúcho e Nacional de Rédeas. O desejo do marido da Gil, Carlos Santos, que infelizmente veio a faleceu em 2016, era levá-lo para competir no Exterior e tinha me escolhido como cavaleiro. A Gil está realizando seu desejo!”, destacou o cavaleiro, que em 2012 foi finalista da maior prova de Rédeas do Mundo a NRHA Futurity, também com um cavalo crioulo. “Foi a primeira vez um cavalo crioulo chegou à final desta prova que acontece em Oklahoma City, EUA, todos os anos em novembro.
Marcelo Almeida, 2º colocado, também se mostrou satisfeito com seu resultado. “Já participei de duas seletivas para um Mundial anteriormente e representar o Brasil nos Jogos Equestres é o meu grande sonho. Essa é a única prova que falta eu vencer na carreira. Venho me preparando há 4 anos. Agora é voltar pra casa e trabalhar ainda mais”, declarou Marcelo.
Processo seletivo
As próximas duas seletivas para o Mundial no Brasil acontecem dos Concurso de Rédeas Internacionais 3* em 9 de março de 2018 no Derby ANCR – Copa Cardinal Ranch e em maio ou junho de 2018, durante o Futurity Haras Dan. A convocação dos atletas está programada para o período de junho/julho de 2018.
Todas as seletivas seguem as normas estabelecidas pela Confederação Brasileira de Hipismo – CBH, entidade que supervisiona o evento aqui no Brasil. Ao todo são seis vagas para cavaleiros brasileiros, sendo três para competidores brasileiros que moram e competem no exterior e três para os cavaleiros que moram e treinam no Brasil. Entre os fortes candidatos em atividade no Exterior estão, entre outros, Thiago Boechat e Franco Bertolani.
Nas seletivas brasileiras será descartada a menor nota e a média das outras duas fornecerá a ordem de classificação. As três maiores médias estarão automaticamente classificadas. Importante lembrar que a nota é do cavaleiro, podendo levar o cavalo que competiu nas seletivas ou outro animal, também qualificado pelas regras da FEI (Federação Equestre Internacional).
Para Francisco Moura, presidente da ANCR e diretor de Rédeas da CBH, essa primeira classificatória mostrou que o Brasil tem excelentes cavaleiros e boas chances de retornar de Tryon (Mill Spring) com uma medalha. “Esperamos ter no próximo ano um representante com capacidade para ganhar os Jogos Equestres Mundiais. Pela qualidade vimos em pista aqui e pelos cavaleiros que temos nos EUA que irão competir, acho que temos grandes chances de atingir nossos objetivos, que é ser classificado e ficar entre os três melhores nos Jogos Equestres Mundiais”, afirmou o dirigente.
Ronaldo Bittencourt Filho, presidente da CBH, também aposta no time brasileiro de Rédeas, única modalidade western ao lado das demais seis equipes brasileiras que estarão a postos em Tryon: Salto, Adestramento, Concurso Completo, Enduro, Adestramento Paraequestre, Volteio, somente a de Atrelagem ainda não está oficialmente confirmada. “A modalidade Rédeas tem boas chances para brigar por medalhas. Queremos chegar com força total aos Jogos Equestres Mundiais.”
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Fonte: Imprensa CBH com Jequitibá Comunicação e colaboração Luciana Omena / portal Cavalus