Doda Miranda, o cavaleiro brasileiro medalhista olímpico em Atlanta (1996) e Sydney (2000), acaba de obter sua primeira vitória na espinhosa batalha judicial em que se transformou seu processo de divórcio da bilionária franco-grega Athina Onassis, com quem foi casado por mais de 10 anos.
O Tribunal de Justiça de São Paulo concedeu uma liminar em favor do atleta para que ele tenha acesso novamente aos equipamentos esportivos que ficaram no centro de treinamentos de cavalos que ele e Athina fundaram na cidade de Valkenswaard, na Holanda. Desde agosto de 2016, a ex-mulher havia proibido o cavaleiro de entrar no local e montar os cavalos que ele havia treinado, incluindo Cornetto K, com que Doda disputou a Olimpíada do Rio.
A decisão do desembargador Rômolo Russo, da 7 a Câmara de Direito Privado, dá também a Doda o direito de voltar a montar Cornetto K e proíbe a venda de quaisquer cavalos que ele e Athina possuam juntos, até que a partilha dos bens seja concluída nos tribunais da Bélgica e da Holanda. Uma carta rogatória já foi expedida à Europa para que Athina seja citada da decisão.
A advogada brasileira de Doda, Priscila Correa da Fonseca, enviou uma carta à Federação Equestre Internacional em que comunica a decisão da justiça brasileira e adverte sobre a proibição da venda do animal, cujo valor de mercado é estimado em € 10 milhões (cerca de R$ 37 milhões).
Por meio de seus representantes, Athina afirma que “todos os cavalos são propriedade de suas entidades desportivas equestres e que cedeu o uso de Cornetto ao ex-marido para que ele disputasse os Jogos Olímpicos de 2016”.
Em março de 2016, Athina deu entrada no processo de divórcio na Bélgica, onde vivia o ex-casal. Alegava que havia sido traída pelo marido. Neste ano, no entanto, desistiu da tese do adultério e optou pela separação de fato. A homologação do divórcio, que deveria ter sido feita em maio, foi adiada pela justiça belga para outubro. A disputa da partilha dos bens amealhados pelo casal na última década, no entanto, ainda deve ganhar outros capítulos, espalhando-se pela Grécia, por Mônaco e pelos Estados Unidos – uma tragédia grega global.
Fonte: Bruno Astuto/Época