Justiça impede que égua com suspeita de mormo seja sacrificada no RS

 

Até o momento é nove o número de casos da doença registrados no estado

 

 

Égua Bionda, de 12 anos, está isolada na periferia de Alegrete; (Foto: Reprodução G1)

 

Uma ação judicial movida por vereadores de Alegrete, na Fronteira Oeste do Rio Grande do Sul, impede que dois cavalos com suspeita de mormo sejam sacrificados, ao menos enquanto não forem realizados novos exames para comprovar o diagnóstico da doença. Até o momento, o estado já tem nove casos confirmados.

 

Quando o resultado do exame é positivo, a inspetoria veterinária sacrifica os animais contaminados. No caso de Alegrete, a decisão da Justiça é válida até que análises mais específicas sejam realizadas para confirmar que os eqüinos têm mesmo a doença.

A notícia foi um alívio para a proprietária da égua Bionda. “Faz parte da família, nascida ali, criada ali. Meus netos pequenininhos andavam a cavalo, os filhos já são todos criados. Eu nem sei lhe dizer a tristeza que a gente já tem, imagina o que poderá ter”, diz a dona de casa Inda Claras da Conceição.

Aos 12 anos, Bionda passou por vários exames desde agosto, e foi mantida isolada na periferia de Alegrete. Há uma semana, chegou o resultado positivo do exame de maleína no animal, feito por um médico veterinário da inspetoria. Segundo a legislação do Ministério da Agricultura, a prova é suficiente para considerar o caso como doença e determinar o sacrifício do cavalo.

“Ele falou que aquilo podia nos contaminar. Eu dou água pra ela num balde com uma manga, né. Ela tem um balde onde ela come a comida dela. Agente não se aproxima dali e assim, contato com ela diretamente assim, de passar a mão, de acariciar, não”, comenta a dona do animal

No domingo (27), o apelo de Inda ganhou apoio. Um grupo de estudantes fez uma caminhada no centro de Alegrete, pedindo que o animal não seja sacrificado.

Sobre a decisão juidicial, a inspetoria veterinária disse que segue a lei e as orientações do Ministério da Agricultura para fazer os exames e detectar a doença. Até agora, foram identificados casos nas cidades de Rolante (um caso), Uruguaiana (um foco com um caso positivo), Alegrete (um caso e um foco), Santo Antônio das Missões (um foco com cinco casos), além do registro mais recente em São Jorge (um foco e um caso).


Outro veto

Na última sexta-feira, 25/09, a justiça do estado já tinha determinado a suspensão do sacrifício de uma égua com suspeita de mormo no Norte do Rio Grande do Sul. De acordo com informações divulgadas pelo Judiciário, a Juíza da 2ª Vara Criminal da Comarca de Lagoa Vermelha, Greice Prataviera Grazziotin, determinou que o animal só poderá ser abatido após a confirmação da doença por um exame. A multa pelo descumprimento é de R$ 5 mil.

O proprietário do animal ingressou na Justiça relatando ter recebido a visita de técnicos da Secretaria da Agricultura, que transportaram a égua A-25 – Alvorada, da raça crioula, até a cidade de São Jorge, na mesma região, para a realização de um exame preliminar pela Inspetoria Veterinária. O exame apontou a suspeita de mormo, e o animal teve sangue coletado para a realização de um estudo pelo Laboratório Oficial Lanagro, em Recife, que apontaria de forma definitiva se houve ou não o contágio.

Na decisão, a juíza destacou que o exame simplificado que apontou a suspeita da doença não pode se sobrepor ao laudo que chegaria do Nordeste, e destacou que o dano seria irreparável em caso de sacrifício do animal, que tem alto valor financeiro. “Muito embora refuja ao conhecimento do Magistrado as questões técnicas inerentes à saúde de equinos, mostra-se razoável o aguardo da remessa do exame de sangue, o qual conferirá maior certeza quanto à ocorrência da doença”, disse a magistrada.

Fonte ;G1

 

 

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