Jaquetas de couro, cintos afivelados e chapéus rodados compõem a vestimenta. A música country — nacional e internacional — dá o tom do que parece ser uma imersão na Festa do Peão Boiadeiro de Barretos, em São Paulo. Que nada! Estamos na cidade de Sapucaia, no Centro-Sul Fluminense, onde cresce o mais novo pólo de criação eqüina e de festas sertanejas do Brasil.
É por lá, no maior Centro Hípico do país, construído a pouco mais de 150 quilômetros do Rio, que milhares de turistas têm aportado semanalmente, em busca de novidades agropecuárias, provas esportivas e leilões de animais, deixando R$ 3 milhões, em média, para a economia da cidade.
O prefeito de Sapucaia, Anderson Zanon na arena do Centro Hípico de Sapucaia
Foto: Alexandre Brum / Agência O Dia
No universo em que cowboys e empresários andam lado a lado, as cifras são sempre superlativas. Ainda mais se levados em consideração os 22 mil habitantes do município, habituados a ter a agricultura de pequeno porte e os serviços gerados em torno das BRs 116 e 393 como suas principais fontes de renda.
Hoje, 5% da população local já conseguem viver em torno da paixão por cavalos, ainda distante da realidade da maioria dos cariocas. A consolidação de Sapucaia no calendário do setor se deu na última semana, ao sediar a 22ª Exposição Nacional de Cavalos Pampa, depois de vencer a disputa com outros pólos brasileiros pela festa. A Enapmampa termina hoje.
Não é para menos: a raça — notabilizada pelo padrão tricolor de pelagem e de origem tupiniquim — é tida como a mais rentável da atualidade entre criadores e, obviamente, fez da pequena cidade alvo de peregrinação nos últimos dias. Ao final, 4 mil pessoas devem ter passado por lá, para ver alguns dos 500 mais bem avaliados exemplares da raça no Brasil. “A proximidade com o Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais conta geograficamente a nosso favor. Cada evento tem proporcionado até 300 postos de trabalho, diretos e indiretos”, se orgulhava o prefeito da cidade, Anderson Zanon.
Ao lado de Valfran Guerra, da ABCCPampa, Carlos Castro(D), dono do Centro Hípico, espera para setembro criadores de Mangalarga
Foto: Alexandre Brum / Agência O Dia
De olho nos Jogos Olímpicos, a cidade já negocia abrigar duas delegações europeias e seus cavalos. Como trunfo, o Centro Hípico de Sapucaia, construído há cinco anos, surge como local ideal para treinamentos de alta performance e cuidado com os animais, as estrelas da festa.
“Os lazeres hípicos são cultuados mundo afora. Faltava um pólo no Rio”, afirmava o dono da estrutura, Carlos Castro, enquanto assistia a apresentações esportivas e competições de cavalos Pampa, que levantavam a platéia. O ponto alto, no entanto, ainda estava por vir. É durante os leilões que os investidores mostram a que vieram, com valores que parecem ter o céu como limite.