Quarto de Milha e uma indústria chamada Vaquejada

De mais de 474,8 mil animais da raça espalhados por todo o Brasil, os Estados que compõem a Região Nordeste representam 15% de todo o seu plantel.

 

 

 

Trazido ao Brasil em 1955, o cavalo Quarto de Milha se expandiu em todo o território nacional e, em pouco tempo, mostrou toda sua versatilidade, tornando-se o nº 1 na preferência da família brasileira, onde atua em 21 modalidades esportivas.

Em 15 de agosto de 1969 foi fundada a Associação Brasileira de Criadores de Cavalo Quarto de Milha (ABQM), no Parque da Água Branca, em São Paulo. A entidade possui atualmente em seu cadastro (até 13/08/2015) mais de 95,7 mil proprietários, entre eles 26,9 mil associados, que são responsáveis por um plantel superior a 474,8 mil animais registrados, com o valor aproximado de R$ 9,5 bilhões.

Seus haras distribuídos em aproximadamente 1 milhão de hectares, são avaliados em mais R$ 19,8 bilhões, onde são consumidos anualmente em ração em torno de 336 mil toneladas, com gasto de cerca de R$ 370 milhões.

A mão de obra empregada diretamente nestes plantéis também é bastante significativa, oferecendo em torno de 380 mil empregos diretos (média de 4 funcionários para cada propriedade), sem contar com veterinários, agrônomos, zootecnistas, ferradores, centros de treinamento, centros de reprodução, leiloeiros, empresas leiloeiras, carpinteiros, pedreiros, eletricistas, marceneiros, transportadores de cavalos, fabricantes de equipamentos e indústria de ração e produtos veterinários, entre outros. 

Nos últimos cinco anos o Stud Book da ABQM registrou mais de 110 mil potros. Também neste mesmo período a raça movimentou em leilões por todo o país em torno de R$ 1 bilhão com a comercialização de aproximadamente 23 mil animais, pela média geral de R$ 43,4 mil. 

Anualmente nos eventos oficiais e apoiados pela ABQM, são entregues milhares de fivelas aos campeões e troféus aos três primeiros colocados, além de proporcionarem premiações que passam da casa dos R$ 4 milhões.

 

Vaquejada: o símbolo cultural do Nordestino

Do universo de mais de 474,8 mil animais Quarto de Milha espalhados por todo o Brasil, os estados que compõem a Região Nordeste representam 15% de todo o seu plantel, com aproximadamente 71 mil animais registrados na ABQM. Já entre os 95,7 mil proprietários de cavalos da raça, os nordestinos são responsáveis por mais de 21,2% (20,3 mil pessoas). E em relação ao total de associados da ABQM (26,9 mil), os quartistas desta região ultrapassam os 26,7% (7,1 mil).

A Vaquejada é sem dúvida o carro chefe de toda esta indústria, onde está contido como patrimônio cultural nordestino, que vem de geração a geração trazendo em suas raízes a tradição através do esporte, a criação de empregos diretos e indiretos e o sustento de milhares de famílias.

Grandes escritores e historiadores souberam transmitir em palavras a representatividade desta paixão nordestina, entre eles o cearense José Martiniano de Alencar, que escreveu em 1874 o livro “Puxada de rabo do boi”; como também o norte-rio-grandense Luís da Câmara Cascudo, em 1976, “A vaquejada nordestina e sua origem”; e, em 1986, o pernambucano Manuel Correia de Oliveira Andrade lançou “A terra e o homem do Nordeste”.

 

Outra importante fonte de informação para os nordestinos, que amam esta tradicionalíssima modalidade esportiva, a pesquisa divulgada com o título: “Estudo do Complexo do Agronegócio Cavalo”, realizada pela Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (ESALQ) e publicada em 2006 pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), a história da Vaquejada teve seu início na região Nordeste no final do século XIX, estritamente para os proprietários de fazendas e sítios.

Como evento aberto ao público, o trabalho mostra que as provas começaram nos anos 40 e, a partir de 1980, as regras começaram a ser definidas de uma maneira melhor e os prêmios distribuídos aos competidores. A partir daí, começaram a se transformar em grandes eventos, apoiados por patrocinadores.

Com o passar dos anos a modalidade ganhou grande impulso nos últimos dez anos, principalmente com a introdução de cavalos de maior valor, que variam entre R$ 150 e R$ 200 mil, e a consolidação das regras, embora com variações regionais. Em 2001 o vaqueiro foi equiparado ao atleta profissional ao atleta profissional, conferidos os seus direitos conforme Lei nº 10.220, de 11 de abril de 2001.

Para a realização de uma prova de Vaquejada, há o envolvimento de aproximadamente 270 profissionais, entre veterinários, juízes, inspetores, locutores, equipes de circuito como: organizadores, seguranças, limpeza e apoio de gado, entre outros. Além desta estrutura, ocorre também a contratação de pessoas ligadas às várias bandas musicais que fazem parte da programação dos shows, o setor de alimentação e outras atividades de apoio ao evento.

Segundo ainda a pesquisa, cada etapa contabiliza em média cerca de 550 duplas de vaqueiros, que desembolsam aproximadamente R$ 1,1 milhão em senhas (média de valor por senha: R$ 300,00 a 1ª e R$ 250,00 a 2ª). No período que foi realizada a pesquisa, estimava-se que existia três milhões de adeptos desta prática esportiva que atuavam em duas mil provas anualmente, sendo destas 400 oficiais e a movimentação econômica desta atividade é calculada em R$ 164 milhões.

“Hoje, esses números de eventos praticamente dobraram”, informa Marcos Studart Gomes Lima, presidente da Associação Brasileira de Vaquejada (ABVAQ), que em atuação conjunta com a Associação Brasileira de Criadores de Cavalo Quarto de Milha são as responsáveis por implantar os regulamentos das competições e normas de conduta voltadas sempre ao Bem-Estar Animal. E o Comitê Nacional de Vaquejada – órgão oficial da ABQM –, entidade que acompanha todos os circuitos oficializados e organizados pelas Associações e Núcleos da raça Quarto de Milha em todos os estados nordestinos, proporcionando credibilidade e apoio para que sejam realizados com grande sucesso.

 

ean Philippe Vasconcelos

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