Dieyson Golçalves tem o desejo de ter um projeto de equoterapia que ajude crianças com necessidades especiais
Dieyson Gonçalves, um jovem que nasceu cego afirma ter mudado de vida após de ter conhecido os cavalos. Então com 15 anos, ele começou a cuidar dos animais em Alfredo Chaves, no Norte do Espírito Santo. Segundo o jovem, o que os olhos não veem, os outros sentidos compensam. Então com 20 anos, ele decidiu deixar a casa dos pais para morar sozinho por causa dos cavalos.
“Um amigo me chamou e eu vim para dar uma volta no local. Resolvi, como já estava aqui, tocar o primeiro cavalo. Me arrumaram um cavalo manso, para eu passar a mão nele. Daí pra frente foi amor à primeira vista. Eu não tinha noção de como era um cavalo”, contou o jovem.
Dieyson diz que cavalo lhe deu liberdade; (Foto: Reprodução/TV Gazeta)
“Eu precisava cuidar deles e não era todo dia que tinha alguém para me levar e eu ficava em casa triste. Então eu fui morar sozinho para conseguir morar perto dos cavalos. Aí eu conquistei a independência”, conta.
No caminho até o Clube do Cavalo, Dieyson só precisa da ajuda de uma guia. Quando chega ao seu destino, ele nem precisa mais dela, passa a maior parte do dia no local, cuidando dos animais.
Entre as baias, ele caminha seguro e sabe exatamente onde está cada cavalo. O contato com os animais é cheio de carinho.
“Ela gosta quando eu escovo ela, você vê que ela aceita bem. Então isso aqui é uma terapia”, declara.
No tato, no trato, Dieyson enxerga nos animais o que os olhos não conseguem ver. O vice-presidente do clube do cavalo, Diego Bianchi, disse que a relação de Dieyson com os animais é diferente.
“O que ele faz com os animais, talvez nós não faríamos. Ele consegue detectar qualquer tipo de desconforto que o cavalo tenha na baia, ele consegue enxergar e passa pra gente. Ele toca o animal e fala com a gente o que o cavalo tem uma relação com o animal que a gente não consegue ter”, diz o vice-presidente.
Dieyson diz que a égua Cigana sabe que ele é cego; (Foto: Reprodução/TV Gazeta)
No rodador, Dieyson nem precisa apertar as rédeas. É a égua Cigana quem o conduz. “Eu estou com a rédia baixa. Ela está virando sozinha. Já aprendeu. Sabe que eu não enxergo”, conta.
Ele sonha em montar um projeto de equoterapia para que crianças cegas e com outras necessidades especiais também possam sentir a sensação. “O cavalo me deu liberdade”, declara Dieyson.
Fonte- Revista Horse com G1