Com 143 recém completos, o Jockey Club do Paraná retomou suas corridas em 2016 Imagem: Divulgação JCP
O Jockey Club do Paraná, por meio de 8 páreos, deu números finais ao seu primeiro ano de atividades após a retomada de suas corridas. Primeiramente ocupando os simulcastings aos domingos, e na sequência rumando para as “noturnas” do início da semana, as reuniões promovidas em Curitiba serviram para colocar o clube, que recentemente completou 143 anos de existência – novamente na rota turística do país, sem que isso, todavia signifique o total contentamento – ou acomodação – por parte dos mandatários da entidade.
“Quando assumimos o clube, no ano passado, confesso que a sua situação financeira e estrutural, me deixava bastante aflito, preocupado. Era algo que incomodava a mim e aos meus pares de diretoria. Hoje digo que essas são coisas que, obviamente, seguem sendo tratadas com seriedade, mas felizmente conseguimos contornar e sanar a maior parte dos problemas do clube”, explica Paulo Pelanda, presidente do Jockey Club do Paraná.
Inobstante as problemas de gestão inerentes à entidade, que provocaram um hiato de 2 anos na realização de suas corridas, Pelanda também sinaliza que há fatores externos que lhe preocupam de sobremaneira – e que precisam, segundo o dirigente, ser enfrentados conjuntamente pelos gestores da atividade no país.
“Nós estamos sempre preocupados com o número de cavalos que temos dentro da vila hípica. Mas é preciso nos preocupar, também, com o número de cavalos que são criados, ano a ano, no Brasil. Infelizmente esse número só diminui a cada temporada. Então não podemos olhar somente para dentro dos portões do clube. É preciso admitir que o problema a nível nacional também é uma questão que nos diz respeito”, afirma Pelanda, que viu no segundo semestre de 2016 o nascimento da primeira geração criada pelo seu Haras Rio Iguassu na nova base criatória da coudelaria, localizada em Tijucas do Sul, na região metropolitana de Curiba. “E outra coisa que nos deixa bastante apreensivos é a situação atual do Jockey Club de São Paulo. Além de todos os empregos e negócios que são mantidos com base nas corridas de Cidade Jardim, o próprio Jockey Club do Paraná depende de São Paulo para a sua manutenção. A exemplo do Jockey Club Brasileiro, e dos demais hipódromos do país, o Jockey Club de São Paulo é uma entidade co-irmã pela qual temos grande apreço. Mas no seu caso, em específico, ainda, a questão geográfica acaba estreitando a nossa relação, motivo pelo qual torcemos que no ano que vem eles encontrem soluções para suas dificuldades”, complementa.
E quando fala em 2017, Pelanda não esconde suas expectativas para a temporada que se avizinha. Além do aumento de prêmios que será praticado a partir de janeiro de 2017 (para ganhadores de páreos de 2 anos e provas especiais, R$ 2.500,00; para vencedores de provas para animais de 3 e mais anos, R$ 2.000,00, sem prejuízo de bônus para os ganhadores e ajuda de custo de R$ 100,00 para todos os animais que finalizarem em colocações iguais ou piores do que terceiro), um velho “sonho” dos turfistas paranaenses poderá se tornar realidade no próximo ano: uma pista de grama.
“Estamos já há alguns meses estudando e orçando os projetos para a construção de uma raia de grama no Tarumã. Ainda não há nada decidido quanto a isso, mas as conversas vêm caminhando positivamente. Como se trata de uma obra complexa, porém, é certo que o seu custo não será baixo. Da mesma forma, temos de nos certificar que a obra não comprometerá nossas raias integralmente. Assim, é algo que precisa ser levado com bastante cuidado. E posso garantir que não cometeremos loucuras, ou gastaremos um dinheiro que o clube não possui para a realização da obra. Caso caiba no nosso orçamento, e haja alternativas viáveis do ponto de vista financeiro, isso será realizado. Do contrário, daremos preferência à regular realização das nossas corridas, em seu formato atual”, expõe. Ainda de acordo com Pelanda, também se cogita planos de financiamento pelo clube para a aquisição de animais, com fins de fomento e composição dos páreos em Curitiba.
“Hoje o nosso clube dispõe de um quadro de empregados mais enxuto e de fontes de receita (a exemplo da Casa Cor, nova parceira do clube paranaense) que nos permitem honrar os compromissos da instituição, e garantir a manutenção de sua estrutura. Mas temos plena consciência de que ainda há muitos aspectos a ser melhorados, e muitos objetivos a ser alcançados. É essa a nossa pauta para 2017”, conclui.
FONTE: http://www.abcpcc.com.br/verNoticia.php?id=3105