A primeira exportação legal deu-se em maio de 2015, para a Argentina. No início deste ano, foi a vez do Uruguai importar doses de alguns reprodutores. Agora, em plena temporada de monta, ambos os países devem receber sêmen do cavalo Ganadero da Harmonia, vencedor do Freio de Ouro em 2006 e pai do atual campeão, Harmonia Temprano.
As remessas precisam ser encaminhadas por centrais de reprodução habilitadas pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), que também realizam a coleta do sêmen. No caso do Ganadero, a responsável pela exportação é a Schmitt & Gonzales Central de Reprodução Equina, localizada no município de São Jerônimo (RS).
– O garanhão passa por uma quarentena, onde são feitos todos os exames sanitários exigidos pelo MAPA. Somente após este período, o sêmen é coletado para a exportação – explica o médico veterinário Frederico Schmitt, da Schmitt & Gonzales.
Os criadores devem estar atentos aos requisitos necessários para a exportação, entre eles a qualidade do sêmen, o bom desempenho do reprodutor e as normas sanitárias impostas por cada país. Além disso, o procedimento só pode ser realizado por profissionais habilitados e centrais credenciadas pelo MAPA.
A seleção desenvolvida em solo brasileiro, hoje referência entre os países que integram a Federação Internacional de Criadores de Cavalos Crioulos (FICCC), é o principal motivo para a abertura deste mercado internacional. O veterinário Charles Coubrough, proprietário de uma central de reprodução uruguaia que já importou sêmen de sete cavalos, aposta na aceitação dessa genética por lá.
– O Brasil lidera o Freio de Ouro, competição da qual o Uruguai também participa. Espero que nossos criadores valorizem a oferta que têm à disposição – afirma Coubrough, no aguardo pela chegada de cinco doses do campeão Ganadero da Harmonia, nos próximos dias.