Recentemente transformado em desafeto do cavaleiro Rodrigo Pessoa, que se aborreceu por não ter sido chamado como titular para a Rio-2016 e não participou da competição, o técnico norte-americano George Morris, 78, não trabalhará mais com a equipe brasileira de salto. Seu contrato com a Confederação Brasileira de Hipismo abrangia somente o período olímpico e não será estendido.
Nesse cenário, o cavaleiro Rodrigo Pessoa, único medalhista de ouro olímpico brasileiro no hipismo (Atenas-2004), voltará a fazer parte da equipe de salto. A informação foi confirmada à reportagem pelo próprio atleta, que participará da Final da Copa das Nações em Barcelona, em 24 de setembro.
Convocado como reserva para a Olimpíada em julho, Pessoa discutiu privada e publicamente com Morris e deixou claro que não iria para os Jogos nessas condições. O treinador não mudou sua posição, o que fez com que o cavaleiro o criticasse seguidas vezes em público e deixasse sua vaga para Felipe Amaral. Durante os Jogos, o cavaleiro ainda fez críticas à participação brasileira.
Nos Estados Unidos, Morris já está ministrando cursos de hipismo por meio de sua empresa, a “George Morris Clinics”. Ele diz que se orgulha da quinta colocação alcançada pela equipe de salto na Rio-2016; que não se arrepende de não ter chamado Pessoa, de quem tem mágoa pelas críticas; e diz que o hipismo brasileiro precisa de um “programa”, não de soluções pontuais.
“Foi um resultado respeitável. Fui chamado em abril para ajudar o time, convencido pelo próprio Rodrigo Pessoa. Infelizmente, ele não tinha um cavalo bom e por isso não o chamei. Se tivesse que tomar a mesma decisão novamente, faria tudo igual. Os outros cavaleiros tiveram ‘duplos zeros’ nas etapas das Copas das Nações, em Falsterbo, em La Baule”, diz.
“Ainda não encontrei os Pessoas, Regina (mãe de Rodrigo) e Nelson (pai), de quem sou muito amigo. No entanto, devo dizer que não gosto de ser jogado debaixo do ônibus publicamente. Não leio a internet, mas fui informado por vários amigos do que o Rodrigo disse sobre mim para a imprensa. Se eu sou ultrapassado e ninguém gosta de mim, por que ministro tantas aulas e cursos? Aliás, ele mesmo me convenceu a assumir o cargo”, completa Morris, que se empolga ao ser perguntado se a Confederação Brasileira de Hipismo esperava dele um milagre.
“Exato, é isso, perfeito. Por isso valorizo tanto o quinto lugar. Se o Brasil tivesse um programa como o dos holandeses, alemães, com duração de quatro anos, seria possível esperar uma medalha de ouro. O Brasil tem talento, recursos e grandes cavaleiros. Mas precisa se organizar. Para as condições que tivemos -a ausência do Rodrigo e a desclassificação do Stephan [Barcha]- o quinto lugar foi excelente”, finaliza.
Fonte-N1 Cavalos