Culote, boleteira, estribo. Nomes esquisitos, mas que fazem parte da rotina de muitos atletas. No hipismo, não são poucos os acessórios que os cavaleiros, amazonas e seus grandes parceiros – os cavalos – devem usar para sua proteção e conforto durante as provas olímpicas.
Comecemos com as selas. São assentos colocados no dorso do cavalo para o cavaleiro sentar. Suas medidas devem ser compatíveis à anatomia do animal e altura e peso do atleta. Para apoiar os pés dos cavaleiros e evitar que eles se locomovam com os movimentos dos cavalos, são usados os estribos, que, com formatos diferentes e feitos com aço inoxidável, metal, ferro e alumínio, evitam que o calçado se prenda e reduzem o risco em caso de queda.
Na cabeça do cavalo, são usadas as cabeçadas, tiras de couro utilizadas para prender a embocadura, acessório inserido na boca do cavalo que segura as rédeas. Tem ainda a touca de crochet, protetores de orelha que evitam a dispersão do animal por grandes ruídos. Nas Olimpíadas, o acessório carrega as cores da bandeira do país pelo qual compete o cavaleiro. Já a boleteira é um acessório usado para proteger as patas do animal.
E, claro, para garantir a segurança máxima do cavaleiro, o cap (capacete apropriado para equitação) com queixeira. Sem contar com os sapatos ou botas de cano alto, modeladas de forma a evitar que o pé do cavaleiro não escorregue do estribo e que sua perna se prenda no caso de queda.
Agora chegou a vez dos culotes, que nada mais são do que as calças usadas pelos cavaleiros para oferecer maior flexibilidade e resistência aos movimentos do cavalo. Podem ser feitos inclusive de lã, usada mais comumente em países com invernos rigorosos. Devem ser branco ou bege. Já a camisa ou camisola deve ser justa e casual, jamais abotoada, e estar sempre por dentro da calça. Pode ser branca ou colorida, com golas e punhos branco. Tem ainda a casaca que, colocada por cima da camisa, deve ser vermelha, preta, azul marinho ou cinza. Os cavaleiros devem usar gravata branca e as amazonas colarinho alto ou plastron (tipo de gravata de seda ou cetim).
Para evitar o desgaste dos dedos e o deslizamento das rédeas para fora das mãos dos cavaleiros, são usadas as luvas, de preferência de couro.
Elegância no adestramento
Por cima da camisa, vem o tradicional paletó. O capacete dá lugar à cartola, que traz um ar de elegância ao cavaleiro. Afinal, ele e seu par vão praticamente “dançar” na arena, já que nas provas de adestramento é analisada a sincronia entre a música e os passos do cavalo. A luva, a gravata, a calça branca e a bota de cano alto complementam o uniforme. Como o cavaleiro não pode emitir qualquer som para guiar o cavalo, as rédeas são obrigatórias. E, claro, o estribo.
A grande estrela do show também deve entrar na arena em grande estilo. Os cavalos são maquiados, tem a crista brilhosa e começam a disputa com um penteado impecável, que inclui vários tipos de trançado.
Estilo esportivo no cross-country
As provas de cross-country são repletas de obstáculos que incluem água, troncos, subidas e declives. O capacete é obrigatório e o uniforme é mais esportivo, sem exigência de paletó. Como podem ocorrer quedas, devido à dificuldade dos obstáculos, devem usar o colete de proteção além das perneiras, proteção nas pernas que evitam lesões e pancadas nos cavalos. O chicote e as esporas são opcionais.
O cavalo ganha um ar mais rebelde, deixa de lado suas tranças, mantém o brilho no pelo, mas ganha ainda a graxa que é passada em todo seu corpo para evitar que se machuque ao passar por algum obstáculo. Em climas mais frios, são usados capas e mantas no animal.
Sofisticação no salto
Calça branca, botas de cano alto, luvas e paletó preto ou vermelho. Apesar de terem que passar por 9 a 12 obstáculos, os cavaleiros devem fazê-lo em grande estilo. As perneiras e capacete são obrigatórios e, assim como no cross-country, as esporas e chicote são opcionais. O acessório diferencial da modalidade é a barrigueira, cinta acolchoada para proteção do cavalo contra as ferraduras quando o animal dobra as patas dianteiras para saltar.
Fonte: Daniele Monteiro