O domingo, 14/8, foi de muita emoção na largada do Time Brasil de Salto no Estádio Olímpico Equestre de Deodoro, na Rio 2016. Para o Brasil o resultado foi perfeito: três conjuntos fizeram pista limpa e um apenas uma falta (descarte), um resultado que garantiu ao país a 1ª colocação parcial empatado com a Alemanha. O resultado foi válido como qualificativa individual. A primeira parcial por equipes está agendada para 3ª feira, 16, e a definição do pódio acontece na 4ª, 17. Já o pódio individual será decidido na próxima 6ª feira, 19.
Primeiro em pista e também primeiro brasileiro foi o gaúcho Eduardo Menezes apresentando Quintol que bateu no antepenúltimo obstáculo. O jovem talento Stephan Barcha montando Landpeter do Feroleto, cavalo de criação nacional, segundo brasileiro em pista, deu show de categoria: fez um percurso sem faltas, emocionando o público no estádio.
Stephan e Landpeter do Feroleto voando na arena olímpica do hipismo em Deodoro
Mas a alegria brasileira estava apenas começando. Doda Miranda com Cornetto K também cumpriu a pista sem faltas e mais uma vez a torcida foi à loucura. Finalmente, Pedro Veniss e Quadri de L´Isle fizeram mais uma apresentação perfeita fechando o resultado da equipe brasileira com chave de ouro, ou seja, zero pontos perdidos.
Doda e Cornetto K dando show de categoria
Ao todo 24 conjuntos dos 75 zeraram o percurso idealizado pelo course-designer brasileiro Guilherme Jorge. Atrás da Alemanha e do Brasil, sem faltas, outras quatro equipes computaram apenas um derrube (4 pontos): Holanda, Canadá, Suíça e França.
O obstáculo que mais penalizou os concorrentes foi o penúltimo, o duplo – oxer e a 8,90 metro uma vertical, ambos vazados com testeira branca ondulada com notas musicais – que acabou provocando refugos e também a queda de Cassio Rivetti, cavaleiro paulista que defende a Ucrânia, cuja égua Fine Fleur de Marais refugou o segundo elemento. Luciana Diniz, amazona olímpica paulista que defende Portugal, e sua Fit for Fun fecharam com oito perdidos.
Brasileiros com a palavra
Eduardo, 36, prometeu revisar o seu percurso. “Foi muito bom ter a honra de poder abrir a Olimpíada em casa, uma memória que nunca vou esquecer. Entrei me sentindo muito bem e o cavalo muito bem também. Ainda não entendi bem como cometi a falta, mas preciso voltar, ver a prova, falar com o técnico e com a equipe para poder melhorar nas próximas provas. A pista está ótima, um nível de dificuldade bom, sem exigir demais dos cavalos”, destacou o cavaleiro.
Eduardo Menezes e Quintol abrem a disputa do salto na Rio 2016
Stephan, 26, caçula da equipe, estava bastante emocionado. “Precisamos acreditar que a gente pode fazer mais. Os outros dias serão mais difíceis e temos que focar na disputa por equipe. Acredito que temos reais chances de medalhas assim como pelo menos seis outras equipes. Depois para quem chegar na final individual tudo pode acontecer”, destacou Stephan, que também comentou o carinho da torcida. “Sou daqui do Rio, moro no exterior e sentir os os amigos, familiares e todo povo torcendo pela gente foi uma das coisas mais incríveis que já senti na vida. Vou dar meu sangue, fazer o melhor”, acrescentou o carioca, visivelmente emocionado.
O medalhista olímpico Doda, 43, chegou ao Rio para sua quinta participação olímpica. “A estreia é sempre um pouco difícil. Mesmo com experiência em Olimpíadas você quer realmente ir bem, ganhar confiança não só para mim, mas para toda a equipe. Estou feliz com o rendimento do meu cavalo e também dos meus companheiros. A ajuda do nosso técnico George Morris é muito importante, ele parece um computador e passa as melhores dicas. Realmente vejo o Brasil com chances reais de medalha e ao lado de outras cinco equipes temos tudo para estar no bolo”, analisou Doda, dono de dois bronzesolímpicos por equipes em 1996 e 2000. O cavaleiro também comentou o carinho da torcida. “A gente espera ser bem recebido, mas é impres sionante e na hora em que você entra tem que se controlar para não perder o foco.”
Pedro Veniss montandoQuadri de L´Isle fechou com chave de ouro a participação brasileira
Para o cavaleiro olímpico Pedro, 33, medalha de ouro por equipes no Pan Rio 2015, é claro, a missão também foi cumprida. “Foi um bom começo para a equipe, estávamos confiantes. Mas ainda tem muita prova pela frente. O meu cavalo, que é um pouco mais lento, fez um tempo legal, estou muito satisfeito. Saltar por último pode ter um peso a mais, mas acaba sendo igual, todo mundo quer ir bem na prova. Eu estive no Brasil no Pan, competindo aqui em Deodoro, inclusive conversei isso com os outros cavaleiros, é uma energia positiva tão grande nessa pista, ajuda muito na hora da prova.”
Entenda a prova:
Domingo (14) 75 conjuntos entraram na pista na primeira prova individual – primeira rodada. Os 60 melhores avançam e a prova define a ordem das apresentações de terça (16). Além dos 60, outros 10 cavaleiros que disputam a prova de forma individual também avançam na disputa.
Terça (16) Rodada que conta pontos para as disputas individual e, agora também, por equipes. Após a disputa do dia, os 45 melhores conjuntos avançam para a quarta-feira, além de atletas das equipes classificadas, que ficaram entre o 60º e o 75º lugar. Na disputa por equipes, as 8 melhores se classificam.
Quarta (17) Após a prova os 35 melhores conjuntos (pontos combinados) avançam no individual. Para a prova por equipe, soma-se os pontos de terça e de quarta, armando então o pódio. Se duas ou mais equipes estiverem empatadas, haverá prova de desempate (jump-off).
Sexta (19) Os 35 melhores da quarta-feira (respeitando um máximo de 3 conjuntos por país) disputam o round A da final individual. Os 20 melhores da prova se classificam para a final B. O ranking combinado das disputas finais A e B definirá a colocação final da disputa individual.
CBH com infos: MKT Comunicação; fotos: reprodução facebook Brasil Hipismo