Cavaleiro brasileiro bateu em obstáculo e quase caiu da égua Lissy Mac Wayer. Por isso, foi dado como eliminado até pouco tempo antes do resultado oficial
Por Bruno GiufridaRio de Janeiro
Depois de três dias de disputas, as chances de o Brasil conquistar medalhas no hipismo CCE na Olimpíada do Rio de Janeiro são reais. O cavaleiro Marcio Jorge, dado como eliminado minutos antes de o resultado oficial da prova de cross country ser divulgado, teve a nota considerada e manteve vivo o sonho de pódio. Justamente por isso, a seleção brasileira subiu para o quinto lugar no ranking geral, com 222,9 faltas, se aproximando dos líderes e mantendo aberta a disputa por uma medalha (a França, em terceiro, por exemplo, tem 161 faltas). Nesta terça-feira, os atletas voltam ao Centro Olímpico de Hipismo para a competição de salto.
Marcio Jorge salta muito bem durante percurso de cross country (Foto: Mike Ehrmann/Getty Images )
Marcio Jorge foi o último cavaleiro a entrar no difícil percurso de quase 6km e com 45 obstáculos na tarde desta segunda. Depois de começar o cross country muito bem, o brasileiro bateu em um obstáculo, perdeu o equilíbrio e quase caiu da égua Lissy Mac Wayer. Mesmo conseguindo evitar a queda, ele chegou a ser considerado eliminado pelos juízes, que depois voltaram atrás e decidiram aceitar a pontuação dele: apenas 20 penalidades (por causa do tempo excedido). Se Marcio Jorge fosse eliminado, o Brasil ficaria em 10º lugar, sem chances de medalha.
Quando deixou a prova, Marcio Jorge não imaginava que estava quase eliminado e, inclusive, foi muito festejado pelos companheiros – já que sua atuação foi quase impecável. Ruy Fonseca, outro cavaleiro brasileiro, por exemplo, deixou uma entrevista, pulou uma grade e correu para abraçar o companheiro. Todos da equipe pareciam muito satisfeitos com o desempenho do último atleta.
– Depois dos resultados de ontem, sabíamos que era difícil algo individual, mas por equipes tínhamos chances. Competimos para o time e fomos muito bem hoje. O percurso estava muito difícil. Temos chances, temos chances – resumiu Marcio Jorge.
O melhor brasileiro no cross country foi Carlos Parro, com apenas quatro faltas. Ele terminou o percurso em 10m25s, 10s a mais do que o limite da prova. Por isso, subiu para o sétimo lugar no ranking individual (51,3 faltas) e segue com chances de medalha – o terceiro colocado é o frances Astier Nicolas, com 42 faltas.
Marcio Appel e Ruy Fonseca, com 101,6 e 158,8 penalidades, respectivamente, estão fora da disputa por uma medalha individual, mas serão importantíssimos na prova de salto, nesta terça-feira, para que o Brasil tenha chances de medalha por equipes.
Marcio Appel domina montaria e joga água para o alto no Centro Olímpico de Hipismo (Foto: Mike Ehrmann/Getty Images)
O hipismo CCE na Olimpíada do Rio de Janeiro começou a ser disputado no sábado. No fim de semana, foram realizadas as provas de adestramento. Já nesta segunda-feira os cavaleiros participaram do cross country. Por fim, na terça, eles voltam ao Centro Olímpico de Hipismo para os saltos.
O último dia é marcado por duas disputas. Primeiro, todos os atletas entram em ação para defender suas equipes na briga por uma medalha. Depois, apenas os 25 primeiros do ranking lutam por um lugar no pódio individual – os brasileiros Carlos Parro (sétimo) e Marcio Jorge (24º) estarão nas duas.
Fonte: Globo Esporte