Eduardo Menezes junto com Quintol (Foto: Sergio Dutti/Exemplus/COB)
Há 17 anos, o gaúcho Eduardo Menezes traçou um ousado objetivo: deixaria o Brasil para residir no Exterior e se aperfeiçoar para se tornar um atleta de ponta no hipismo. Se a meta não fosse alcançada, voltaria ao país para estudar e ficar próximo aos familiares. No último dia 18, estava ao lado da esposa Letícia Ávila e do filho Luca, na Bélgica, quando o grande dia chegou. Aos 36 anos, foi convocado para participar da equipe brasileira de salto e disputar sua primeira Olimpíada, justamente em casa.
Ao lado de Doda Miranda, Pedro Veniss e Stephan Barcha, Eduardo representará o time brasileiro nos Jogos do Rio e também a cidade de Santa Maria, onde nasceu e aprendeu a apreciar um bom churrasco de ovelha, sua refeição preferida. A equipe ainda terá o medalhista olímpico Rodrigo Pessoa na reserva, cavaleiro que é a principal referência do gaúcho no esporte.
– Eu não sabia que seria convocado, mas tinha muita esperança, soube na hora mesmo. Acompanhei aqui na Bélgica com a minha mulher e meu filho. Me senti tranquilo todo o caminho, mas a decisão não é minha então foi um grande alívio. O sonho da minha carreira era poder ir em busca de medalha nessa Olimpíada. Agora, estou um passo mais próximo – conta, em entrevista ao GloboEsporte.com.
Eduardo começou a galopar na Estância do Minuano, em Santa Maria, quando tinha apenas cinco anos. Com 14, se mudou com a família para Santa Catarina. Foi em Florianópolis, aliás, que se aprimorou no esporte e se profissionalizou na Sociedade Hípica Catarinense. Já adulto, decidiu deixar o país para se tornar um cavaleiro de ponta. Após um período na Bélgica, se mudou para a Califórnia, nos Estados Unidos. Passou a trabalhar como professor de saltos no México e virou empresário, vendendo cavalos.
Cavalo dos sonhos
Em 2012, conheceu o atual parceiro de salto: Quintol, o cavalo dos sonhos de Eduardo. Comprou o garanhão na Alemanha. Foi descer do animal para sentir uma sensação que havia encontrado o parceiro ideal. Acertou em cheio na escolha, a ponto de não trocar Quintol por nenhum outro cavalo.
– Fui para a Alemanha comprar cavalos novos em 2012 na ideia de fazer um para Olimpíada do Rio. Essa sempre é uma missão difícil. Mas ao montar o Quintol, desci e liguei para o meu sócio. Disse “acho que acabo de provar o cavalo que vai me levar até o Rio”. Ele é um grande atleta, inteligente, temperamental, talentoso e muito poderoso. Essa combinação requer uma relação de muita cumplicidade para funcionar. É o meu parceiro e eu não o trocaria por nenhum outro para buscar essa medalha – conta, orgulhoso.
A sintonia perfeita entre Eduardo e Quintol resultou em resultados positivos. Recentemente, foi vice no GP5* em Falsterbo, na Suécia. Aliás, a pista da prova foi desenhada pelo brasileiro Guilherme Jorge, que é quem vai armar o percurso no Rio. É um trunfo para o gaúcho por já conhecer o estilo do “course-designer” brasileiro.
– Dentro da nossa preparação tentamos saltar vários concursos que ele armou. Achamos uma parte importante da preparação – destaca.
Conforme a programação, Eduardo Menezes chegará ao Brasil em 4 de agosto. Três dias depois, será a vez de voltar a ter a convivência com Quintol, que tem 11 anos. Espera competir de igual para igual com os rivais.
– O nível brasileiro está ótimo, vamos com tudo e sabemos que estamos competindo de igual pra igual. Há muitos países fortes, mas estamos confiantes de poder incomodar – alegra-se.
Ao lado do cavalo dos sonhos, Eduardo espera dar o salto definitivo na carreira e chegar a uma medalha. Além da realização própria, seria um grande presente para coroar também o bom momento na família. Afinal, a esposa está grávida do segundo filho.
Fonte- Globo Esporte