Campeão olímpico em 2004 e principal nome da história do hipismo brasileiro, Rodrigo Pessoa indicou, nesta segunda-feira, que deve rejeitar a convocação para ser reserva da equipe de saltos nos Jogos Olímpicos do Rio. Em comunicado, disse não concordar com a decisão que o faz ficar como uma alternativa caso um dos quatro conjuntos titulares tenha problemas às vésperas da Olimpíada.
“Hoje, não concordo com esta decisão do técnico de me colocar como reserva e estou pronto para contribuir com a equipe brasileira como fiz nos últimos 25 anos, em Olimpíadas, Mundial e Jogos Pan-Americanos. Vamos aguardar os próximos dias e ver o que o futuro nos espera”, comentou ele, via assessoria de imprensa.
Pessoa foi campeão olímpico em Atenas-2004
Pelo telefone, Pessoa disse que tudo que tinha para dizer neste momento estava neste breve comunicado distribuído à imprensa. Questionado se confirmava presença no Rio mesmo como reserva, reforçou que a decisão será tomada nos próximos dias.
Mais cedo, o pai dele, Nelson Pessoa, o Neco, ex-treinador da seleção brasileira, disse ao Estado que a Olimpíada havia “acabado” tanto para ele quanto para Rodrigo. Já o presidente da Confederação Brasileira de Hipismo (CBH), Luiz Roberto Giugni, garantiu que, antes do anúncio da convocação, falou com Rodrigo por mensagem de texto e o cavaleiro garantiu que aceitava a convocação. Mesmo assim, só a equipe de salto tem um segundo reserva: Felipe Amaral. No adestramento e no CCE só foram chamados um conjunto reserva.
A decisão de convocar Rodrigo apenas como reserva foi do técnico norte-americano George Morris, contratado no fim do ano passado pela CBH. Os titulares serão Alvaro Miranda Neto (o Doda), Eduardo Menezes, Pedro Veniss e o jovem Stephan Barcha, carioca de 26 anos.
Giungi lembra que, no hipismo, “não adianta o de cima ser um campeão olímpico se, o de baixo (o cavalo) não corresponde”. Rodrigo Pessoa vem tendo problemas com montaria. Jordan II, seu principal cavalo, se machucou no início do ano. Depois, ele passou a se dividir entre Ferro Chin, que está com uma lesão e tem sofrido com cólicas, Status, que não apresentou resultados de nível olímpico, e a égua Citizenguard Cadjanne, chamada para compor com ele o conjunto reserva.
“O maior sonho de um atleta é disputar os Jogos Olímpicos, em casa então é um privilégio. Só que nosso esporte depende também de um ser vivo. O Jordan, que foi a minha aposta para os Jogos Olímpicos Rio 2016, acabou se machucando durante o processo. Fiquei com a Cadjanine, que disputou as Olimpíadas de Londres pela Bélgica. Informei a CBH e ao técnico George Morris que a égua está pronta para os Jogos do Rio”, resumiu Pessoa.
Fonte- Estadão