Giovana e o cavalo Zingaro estão perto dos Jogos (Luis Ruas/Divulgação)
Giovana Pass, de 18 anos, está a um passo de conquistar um grande feito na sua carreira esportiva. Praticante do hipismo, na modalidade adestramento, ele vem conquistando bons resultados nas competições que garantem uma vaga nas Olimpíadas do Rio-2016. Com seis anos, ela viu Rodrigo Pessoa participando da Olimpíada de 2004 e disse para a mãe: “Quero ser uma amazona olímpica”.
Explique um pouco sobre sua modalidade olímpica?
O adestramento é uma das 3 modalidades olímpicas do hipismo e compara-se a uma coreografia com cavalo. Se baseia na preparação física e mental do cavalo e a harmonia entre cavalo e cavaleiros são fundamentais. É sem dúvida alguma, a base de todos os esportes equestres, elevado ao mais alto nível técnico e de dificuldade.
Como está sendo sua trajetória para garantir a tão sonhada vaga olímpica?
Comecei a montar cavalo aos 5 anos de idade e sempre tive este sonho olímpico. Minha mãe sempre me apoiou incondicionalmente, pois é uma amante dos cavalos e felizmente me deu os cavalos certos na hora certa e acima de tudo os melhores professores. Minha vida sempre foi voltada aos cavalos e ao treino. Nunca tive uma vida típica de adolescente. Este sempre foi meu foco.
Como é a expectativa de disputar uma Olimpíada no Brasil?
Disputar uma Olimpíada é o sonho de todo atleta. Ser no seu próprio País só faz ser mais especial ainda. Ouvir o hino brasileiro traz uma emoção sem igual! Faz-nos entender quem realmente somos. Eu tenho dupla cidadania e poderia competir pela Alemanha, mas nunca nem considerei isso. O Brasil é o meu País de coração.
Quais são os principais adversários do Brasil?
A minha modalidade ainda é um esporte muito novo no Brasil. Temos evoluído muito nos últimos anos, mas ainda não estamos no nível dos top mundiais que são Inglaterra, Alemanha e Holanda. Nossa missão é fazer uma apresentação bonita e correta e mostrar a nossa evolução.
Fale um pouco do Zingaro de Lyw, o cavalo que é montado por você nas competições?
O Zingaro é um garanhão puro sangue lusitano de 12 anos, nascido na Espanha e treinado em Portugal. O pai dele, Guizo, foi medalhista na Olimpíada de Atenas com a equipe espanhola, portanto ele vem de uma linhagem olímpica. Ele é muito correto e experiente e para mim é um prazer imenso cada vez que o monto. Ele só me traz alegrias! Meu amor!
Por que você escolheu o hipismo para praticar? Já fez outros esportes?
Foi vendo o Rodrigo Pessoa em 2004 que me empolguei. Mas acho que já era meu destino. Não consigo imaginar minha vida longe dos cavalos.
Qual é a sintonia que você precisa ter com o cavalo para se dar bem nas competições?
Como disse, é importantíssimo. Afinal o hipismo é o único esporte em que são dois atletas, mas apenas um é responsável por tudo, afinal o cavalo obedece o seu cavaleiro. É uma linguagem sem palavras, somente sinais invisíveis. Tem que haver uma cumplicidade total! #2corações #twohearts
Como está sendo a experiência de ser treinada pelo português Paulo Caetano?
O Paulo é um treinador incrível. Super exigente e isso faz com que eu sempre tente dar o melhor de mim. Além disso é uma pessoa maravilhosa. Ele é como um pai para mim, dentro e fora das pistas.
Como é sua rotina de treinos? Alimentação?
Treino diariamente com os cavalos. Além disso faço preparação física 3 vezes por semana e preparação psicológica semanalmente. Minha alimentação também é controlada por uma nutricionista. Tenho uma equipe top que ajuda a me preparar. Sem falar que o Zingaro também, além do nosso treino juntos, faz fisioterapia, acupuntura e tem tratamento e dieta de atleta.
Você acredita que o hipismo pode ser popularizado no Brasil? Isso é um sonho?
É um sonho mas eu acredito nele. O primeiro passo é ser mais divulgado na mídia. Muitas pessoas nem sabem o que é o adestramento. Depois é preciso aumentar e facilitar o acesso nas categorias de base. Sempre brinco que o hipismo é uma doença boa. Depois de contaminado, não conseguimos mais largar e nós precisamos é contaminar mais gente!
FONTE- Tribuna.com