Fechando a diretoria das modalidades olímpicas, Francisco José Mari, presidente da CBH, nomeou Eliana Azar, advogada e amazona amadora, para assumir a direção do Adestramento. “Fiquei muito feliz com o convite do presidente Francisco Mari para assumir a diretoria de adestramento da CBH. Agradeço a ele pela confiança. Ter a oportunidade de contribuir para o crescimento do esporte que amamos é muito gratificante”, afirma Eliana Azar.
“Mas, sem dúvida, é um desafio e, neste momento, o mais importante é agregar, promover a união de todos os que praticam a modalidade, escutar as pessoas e aproximar os cavaleiros e amazonas da CBH. Precisamos trabalhar juntos, caminhar para a frente, pensando realmente em priorizar o esporte”, acrescenta Eliana, 59 anos.“Estou no mundo do cavalo desde que tenho oito anos de idade e sou amazona amadora de adestramento há cerca de cinco anos, quando comecei a praticar a modalidade. Desde o início monto no Clube Hípico de Santo Amaro e recentemente apliquei para ser sócia da Sociedade Hípica Paulista, clube em que minha irmã, que foi também praticante da modalidade, frequenta há muitos anos”, conta a nova diretoria, revelando sua paixão pelos cavalos de longa data. “A convivência com o esporte e com a modalidade permeou muitos anos da minha infância e adolescência e foi retomada há quase vinte anos, participando de cavalgadas no Brasil e no exterior.”
Foi então que Eliana sentiu a necessidade de aprender a técnica e o entendimento de que montar a cavalo começa pela modalidade do adestramento. “Fui contagiada. Montar a cavalo é atualmente atividade fundamental na minha rotina. Costumo montar dois cavalos todos os dias com apoio e treinamento profissional.”
Da base ao topo: fomento, captação de patrocínio e cursos
A importância de pensar na modalidade como um todo é prioridade. “Entendo que realmente precisamos pensar no Adestramento de uma forma abrangente, a partir das categorias de base e cavalos novos, que são muito importantes, valorizando tanto os amadores e os atletas de alto rendimento”, afirma Eliana, ressaltando ainda a importância da captação de patrocínios e parcerias.
“Pretendo buscar parcerias e patrocinadores para poder realmente colocar projetos em prática. No cenário ideal precisamos de um técnico no alto rendimento, clínicas de desenvolvimento e formação para as categorias de base e cavalos novos e também clínicas de desenvolvimento regionais”, expõe Eliana. “Precisamos pensar no Brasil como um país com diferentes realidades e desenvolver uma estratégia para cada uma delas. Aumentar o número de adeptos e praticantes de adestramento no Brasil é uma meta que também beneficia todas as modalidades. Para tanto, vamos trabalhar em conjunto com as federações e conseguir, assim, chegar às escolas.”
São muitos os planos. “Quero repensar a premiação para valorizar nossas provas e o ranking.Investir em intercâmbios nas esferas nacional e internacional estabelecendo parcerias.Vamos promover cursos e mais cursos – presenciais quando for possível e online – voltados para atletas, treinadores, juízes, comissários, secretarias , organizadores de provas”, coloca Eliana.
“É muito importante mudar a mentalidade. O adestramento é uma modalidade fundamental e muito técnica e todos os envolvidos precisam estar em constante contato com o aprendizado e o aperfeiçoamento, além de estarem abertos para novas perspectivas.”
O Desafio Brasil – em que amazonas e cavaleiros de diversos estados têm a oportunidade de serem julgados por renomados juízes sem se deslocar para grandes centros e ainda contam uma clínica e/ou análise de vídeos o plano – deve ser mantido. “Quero continuar com o projeto talvez fazendo alguns ajustes nas regras. O Desafio Brasil está mantendo o adestramento ativo em vários estados, mas penso em aumentar o número de federações participantes e trabalhar em conjunto com os diretores estaduais para que voltem a realizar também os campeonatos nacionais em seus estados”, afirma a diretora.
“Ainda como incentivo e fomento da modalidade, quero promover mais provas de freestyle e concursos com intercâmbio e com cavalos emprestados, tanto no âmbito nacional como internacional. Esse intercâmbio está sendo pensado tanto para cavaleiros como para oficiais. Além do enriquecimento que se adquire por meio dos cursos, a experiência faz muita diferença.”
Comunicação e tecnologia
Promover ações para aprimorar a base técnica do adestramento também é prioridade. “Teremos noticiais semanais com informações e exercícios técnicos que serão divulgados no portal da CBH e em nossas redes sociais instagram, facebook, youtube, além do whatsapp destinado aos amantes da modalidade para agilizar o fluxo e abrangência de nossas ações e notícias”, adianta Eliana.
O investimento em tecnologia também é prioridade a ser desenvolvida. “No final do ano passado, a CBH implantou o julgamento sem papel, por meio do programa GIRA. Esse sistema será utilizado nas provas da CBH propiciando mais rapidez e transparência, além de criar uma base de dados de fácil acesso para os concorrentes e juízes e permitir o cálculo automático do ranking. Várias federações já fizeram o treinamento para utilização do sistema, que foi disponibilizado para as provas estaduais oficiais. Quero incentivar a utilização por todas as federações para que se adaptem ao sistema e façam uso dessa ferramenta que já está implantada e disponível”, ressalta Eliana.
Assessoria técnica e competições internacionais
No âmbito técnico Eliana vai contar com a experiência da juíza internacional Sandra Smith de Oliveira Martins. “Para me assessorar na parte técnica convidei a Sandra. Experiente como amazona, treinadora, juíza internacional e chefe de equipe, ela vem exercendo cargos de direção há muitos anos. Entendo que a continuidade e contribuição dela é fundamentalmente útil, especialmente com os preparativos para Tóquio, os Jogos Equestres Mundiais 2022 e Pan Americano de 2023”, afirma a diretora.
“Rumo a Tóquio a CBH tem trabalhado diretamente com os cavaleiros, permanecendo diretamente em contato com eles, pois nessa fase há planejamento a ser feito e uma série de requisitos a serem cumpridos e desenvolvidos com o COB e a FEI, tais como logística de quarentenas, transporte entre outros requisitos e pontos estratégicos”, explica Eliana.
“Os preparativos para o Mundial também já começaram, pois já temos prazos em curso a serem cumpridos. É importante que os atletas e proprietários invistam em cavalos e solicitações de provas no Brasil de imediato, visando obter bons resultados e as melhores condições para se classificarem. Precisamos realizar provas aqui no Brasil. Sempre existe a possibilidade de tentar a classificação nos Estados Unidos ou na Europa, mas os custos são muito maiores para os proprietários e perdemos a oportunidade e o benefício do desenvolvimento com a realização das provas aqui no Brasil.”
Bons presságios e mensagem
“Tenho certeza que o adestramento vai sair fortalecido desta pandemia e de que teremos cada vez mais praticantes da modalidade com resultados de maior expressão, tanto no país como em provas internacionais. No final de 2019 e mesmo em 2020, os sinais desse aumento na participação eram visíveis, com a realização de muitas provas com número crescente de participantes.”
“Quero valorizar a qualidade e o esporte, sem descuidar do alto rendimento, mas pensando principalmente na base e no adestramento como o pilar de todas as demais modalidades. Mas tudo isso não tem como ser construído por uma única pessoa no exercício de um cargo. Resultará sempre do empenho de todos os envolvidos com a modalidade. Precisarei da contribuição de todos para que possamos realmente desenvolver a modalidade e sair do campo das palavras para o das realizações.”
Fonte: CBH