Projeto de capacitação de universitários busca expansão da equoterapia no Paraná

 

Além das informações teóricas, as formas de manejo do animal e outras características foram apresentadas em aula prática

 

Divulgar os benefícios da equoterapia e estimular a realização de pesquisas científicas nas universidades são apenas algumas das metas do projeto Uniequus, criado em 2013 no Paraná. A proposta é oferecer, por meio de convênios, atendimento terapêutico gratuito a comunidade, além de formar atletas e para-atletas para competições esportivas. 
O Uniequus foi apresentado no Workshop de Equoterapia promovido no último sábado, na ExpoLondrina. A atividade reuniu psicólogos, educadores físicos, fisioterapeutas e pedagogos para divulgar a importância do tratamento complementar e da presença de uma equipe multiprofissional para atender os pacientes. Além das informações teóricas, as formas de manejo do animal e outras características foram apresentadas na aula prática. 
A diretora Paraequestre da Federação Paranaense de Hipismo, Claudiane Pasquali, ressaltou que o projeto ainda está em fase de instalação e depende de incentivos financeiros e de convênios com as universidades para sair do papel. Além de atender a comunidade em geral, um dos objetivos é que servidores do Estado sejam beneficiados pela terapia. “O Uniequus se propõe também a oferecer vagas para professores e policiais, servidores do Estado, que possuem o maior índice de doenças como o estresse e a depressão. Fizemos um levantamento e vimos que existe um grande número de profissionais dessas áreas afastados em razão disso e é justamente onde a equoterapia atua de forma muito eficiente”, explicou. 
Pela proposta, estudantes de 28 cursos das universidades estaduais do Paraná seriam capacitados com a ajuda dos profissionais que já atuam no setor. Para o professor do Departamento de Zootecnia da Universidade Estadual de Londrina (UEL), Valter Bumbieris Junior, a terapia é viável para dar qualidade de vida às pessoas e auxiliar na reabilitação. “A nossa intenção é ter realmente um centro de equoterapia para formar esses novos profissionais. Hoje no currículo de alunos de diversos cursos como zootecnia, veterinária e psicologia, nós não temos nada que diga sobre equoterapia. Nós fomentamos a discussão, mas eu mesmo não tenho pesquisas nessa área e terei que buscar mais informações. Precisamos desse projeto”, ressaltou. 

TERAPIA COMPLEMENTAR
As negociações com as universidades já estão em andamento. Por enquanto, apenas centros particulares oferecem a terapia diferenciada. A responsável pelo Centro de Equoterapia Pocotó, Dóris Alho, atende 52 alunos em Londrina, principalmente crianças. Segundo ela, com a terapia complementar realizada uma vez por semana durante 30 minutos, as pessoas atendidas apresentam os primeiros resultados já no primeiro mês de atividades. “Temos alunos com problemas psíquicos e físicos. Temos autistas, pessoas com síndromes, esquizofrenia, hiperatividade e problemas de conduta. Em um mês você já nota a diferença na parte emocional da criança. Com o contato com o animal e com a natureza, eles não sentem que estão em terapia”, explicou. 
A instituição foi criada há 25 anos. O atendimento é particular, mas, com a ajuda de colaboradores, parte das crianças não paga pela terapia. Cerca de 15 alunos estão na fila de espera por novos “padrinhos” para dar início às atividades. “Se as universidades passassem a oferecer esse atendimento gratuito, toda a comunidade poderia ser beneficiada. Quanto mais gente nós pudermos ajudar, melhor”, disse esperançosa. 
Para a pedagoga Lilian Martins, especialista em educação especial e psicopedagogia, a equoterapia “é de extrema importância, apesar da pouca divulgação”. “Li sobre a equoterapia na internet, mas não havia participado ainda de eventos sobre esse tema. É uma forma interessante de estimular o desenvolvimento psicomotor”, avaliou. 
A educadora física Francieli Bento trabalha com equoterapia há um ano e reforçou os benefícios do tratamento complementar. “As crianças melhoram a socialização, o equilíbrio, ficam mais comunicativas e mais estimuladas pelo ambiente que acaba sendo bem diferente de um consultório fechado, por exemplo”, afirmou.

 

 

Viviani Costa
Reportagem Local

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