Adestramento brasileiro em foco: número de praticantes, resultados, fórums e metas

A temporada do adestramento brasileiro 2018 foi marcada por diversos desafios e conquistas. Nos Jogos Equestres Mundiais 2018, entre 11 e 23/9, em Tryon, nos EUA, o Time Brasil fechou em 15º lugar com evolução das notas em cerca de 2% em relação à edição anterior dos Jogos na Normandia em 2014.

A temporada do adestramento brasileiro 2018 foi marcada por diversos desafios e conquistas. Nos Jogos Equestres Mundiais 2018, entre 11 e 23/9, em Tryon, nos EUA, o Time Brasil fechou em 15º lugar com evolução das notas em cerca de 2% em relação à edição anterior dos Jogos na Normandia em 2014. Lembrando que em 2014 o Time Brasil ocupou o 24º posto e em 2018 garantiu presença entre os 15 melhores países do mundo.

 

Adestramento brasileiro em foco: número de praticantes, resultados, fórums e metas

Sandra Smith de Oliveira Martins, diretora da CBH e juiza FEI 4*, ao lado do cavaleiro e diretor de Adestramento da SHP Alexandre Morais de Oliveira

Já o Campeonato Brasileiro e a Taça Brasil de Adestramento, em 10 e 11/11, foram sucesso com nada menos 75 conjuntos nos picadeiros da Sociedade Hípica Paulista consagrando 22 campeões e a volta de uma disputa por equipes que não ocorria há várias anos. Além da boa participação o destaque foi a participação de seis federações: São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Paraná e Distrito Federal. “Em 2019 queremos introduzir o adestramento em novas federações que ainda não praticam a modalidade”, adianta Sandra Smith de Oliveira de Martins, juiza  internacional 4* e diretora de Adestramento da Confederação Brasileira de Hipismo (CBH).

Fomento à modalidade 

Durante o ano foram realizados três cursos de juizes em São Paulo, Rio de Janeiro e no Rio Grande do Sul, importantes para esclarecimentos para mudanças das regras da Federação Equestre Internacional e sempre abertos a cavaleiros, treinadores e ouvintes.

O Desafio Brasil de Adestramento, em que nos moldes do FEI Dressage Challenge um mesmo juiz avalia os conjuntos em diferentes Estados e que em 2018 aconteceu em Brasília e Porto Alegre, também foi um dos pontos altos da temporada e deve ser mantido e ampliado nas próximas temporadas.

Destaque ainda para os Concursos de Adestramento Nacionais em Tatuí, Sociedade Hípica Paulista, que também receberam séries Internacionais, e no Clube Hípico de Santo Amaro. Os Concursos Nacionais passaram a ter chamadas para Big Tour (Grand Prix e Grand Prix Special) e Small Tour (St George e Intermediaria I), abrindo a participação nessas séries aos cavaleiros e amazonas que no momento não almejam integrar equipes internacionais. Outra novidade foi a volta da opção de apresentar um Freestyle na final dos Concursos Nacionais.

Durante a temporada, a primeira palestra de esclarecimentos e incentivo a atletas, treinadores e juizes foi no Concurso de Adestramento Nacional no Clube Hípico de Santo Amaro em outubro. Simultaneamente ao Brasileiro e Taça Brasil, em novembro, ocorreu o Fórum Nacional de Adestramento com palestras aberta aos interessados e reuniões com atletas.

“Poder compartilhar conhecimento com os atletas, treinadores e interessados é sempre muito gratificante. As reuniões com os atletas foram um ponto alto. A troca de idéias e experiências entre os cavaleiros de diferentes federações é muito importante bem como o feedback dos atletas sobre acertos e pontos a serem trabalhados para ajudá-los a se desenvolver e aprimorar”, coloca Sandra.

Sonia Hanssen, steward 2* FEI e juiza de Adestramento CBH, falou sobre o trabalho do steward e a conduta e procedimentos que os concorrentes devem observar na inspeção veterinária, pista de aquecimento, cocheiras e exames anti doping. “Muitos cavaleiros aproveitaram para tirar suas dúvidas quanto ao que é e não é permitido com relação a uniforme e equipamentos. A oportunidade de compartilhar a experiência Sonia Hanssen, que trabalhou como steward nos Jogos Olimpicos 2016 e nos Jogos Equestres Mundiais 2018, foi muito enriquecedora”, aponta a diretora da CBH.

Claudia Moreira de Mesquita, juiza CBH, FEI 4* e juiza FEI de Cavalos Novos, dividiu com os ouvintes preciosos conceitos com relação a escala de treinamento e a forma de julgamento da prova de cavalos novos. “As provas de cavalos novos tem um julgamento diferenciado e as pessoas presentes tiveram a oportunidade de entender melhor o julgamento, sempre ressaltando importância de se seguir o trabalho proposto pela escala de treinamento”, destaca Sandra, que além da organização também integrou o quadro de palestrantes.

Sandra, também juiza CBH, FEI 4* e de Cavalos Novos, deu dicas aos cavaleiros de como não perder pontos nas provas, atentando-se sempre aos detalhes. Sandra iniciou  conversa com a plateia apresentando os regulamentos CBH e FEI, uma vez que que se trata de informação correta e gratuita de fácil acesso na internet. Destacou ainda as informações importantes que as próprias reprises já fornecem aos cavaleiros, como objetivo da prova e ideias diretrizes. Em seguida exemplificou os erros mais comuns que os juízes observam desde as reprises mais básicas até as mais avançadas internacionais bem como freestyle.

“Após as duas palestras ainda aconteceu uma reunião com os cavaleiros e amazonas. Poder ouvir diretamente suas dificuldades, sugestões e buscar juntos propostas concretas para melhoria e solução foi muito enriquecedor e acredito que estamos no caminho certo”, observa Sandra. Ainda em novembro, o Festival BH também promoveu uma mesa redonda sobre a modalidade.

A caminho do Pan-americano 2019 e disputa da qualificação olímpica

Depois do Campeonato Brasileiro, o Time Brasil de Adestramento foi campeão da qualificativa para os Jogos Pan-americanos no Club Hípico Argentino, em Buenos Aires, em 22 e 23/11. Após dois de competição com as reprises St Georges e Intermediate I, João Paulo dos Santos com Carthago Comando SN, Mauro Pereira da Silva Junior apresentando Don Enrico AMM, ambos já com experiência internacional, ao lado dos estreantes Yara do Amaral Fernandes com Dileto HI e Victor Trielli Ávila montando Al Pacino Comando SN faturou a medalha de ouro com 68,623% (média reprises St George e Intermediate I).

O Brasil também dominou o placar no Freestyle: João Paulo garantiu a 3ª vitória consecutiva e Mauro com Don Enrico AMM também repetiu o placar dos dois dias anteriores na 3ª colocação e Yara Amaral foi 5ª colocada, também pela 3ª vez. Já Victor com Al Pacino Comando SN, que foi 4º na St George e 8º na Intermediate I, não disputou o Freestyle. A vitória por equipes equipes garantiu a vaga do Brasil nos Jogos Pan-americanos 2019 de Lima, no Peru, entre 26 de julho e 11 de agosto. João Paulo dos Santos com Carthago Comando SN é o único conjunto pré-qualificado para o Pan.

Após os Jogos, o Festival do Cavalo BH, em 17/11, também promoveu painel Adestramento, mais uma vez, com importante troca de informações e aprendizado. Já no sábado, 1/12, após o Concurso de Adestramento Nacional durante o Festival Lusitano, a diretora de Adestramento CBH Sandra Smith de Oliveira Martins convocou cavaleiros, amazonas, proprietários e treinadores para uma importante reunião referente ao processo seletivo rumo aos Jogos Pan-americanos 2019 que, por sua vez, são qualificativos para os Jogos Olímpicos 2020.

Sandra abriu a reunião apontando para os feitos do adestramento brasileiro nos últimos meses e metas como ampliar o número de praticantes e levar a modalidade para outros estados, o aprimoramento técnico e importância de iniciativas como o Desafio Brasil de Adestramento com julgamento qualificado e sempre seguido de uma clínica. Entre as metas a serem alcançados também está a realizaçãó de um Curso FEI Coacho Nível 1,2 e 3, desenvolvimento de cursos online, envio de cavaleiros experientes e treinadores a outros estados para ministrar clínicas, realização de pelo menos uma prova para jovens talentos em outros estados e uma grande final com cavalos emprestados em São Paulo, além da busca de patrocínio para os vencedores do ranking anual e Campeonato Brasileiro. A realização de um Fórum de Adestramento FEI no Brasil tamb&eacu te;m está em pauta, reforçando a liderança do país na América do Sul e visando promover a modalidade como um todo no continente.

Em seguida foi colocado em pauta o processo seletivo para o Pan-americano. Conforme pré-acordado na reunião, devem ser realizados três ou quatro Concursos de Adestramento Internacionais, CDIs, na Sociedade Hípica Paulista, com juizes de nível 3* ou 4* e preferencialmente também com um juiz 5*. Também houve pré escolha de datas para esses concursos que devem ser confirmados até 15/12/2018.

O Pan-americano vai garantir duas vagas de países para os Jogos Olímpicos 2020 em Toquio, em que pela primeira vez, cada equipe contará com apenas três integrantes. Os Estados Unidos já estão pré-qualificados por terem ficado entre os seis primeiros nos Jogos Equestres Mundiais 2018.

Outro ponto colocado em pauta foi o índice a ser atingido para concorrer a uma vaga no Time Brasil no Pan-americano. As equipes podem ter conjuntos o Big Tour (Grand Prix e Grand Prix Special) e Small Tour (St Georges e Intermediate I). Os índices mínimos de qualificação exigidos pela FEI são de 62% na St Georges e 58% no Grand Prix. Mas, é claro, que para garantir uma vaga na Olimpíada, o desempenho precisa ser bem superior. Informalmente Sandra adiantou que os índices mínimos do processo seletivo devem girar em torno de 70% tanto no Small Tour como Big Tour. As regras do processo seletivo da CBH estão em fase de aprovaçaõ e serão divulgadas nos próximos dias.

Sem dúvida, o desenvolvimento do Adestramento no Brasil é de suma importância para o hipismo como um todo e junto com as principais disputas internacionais, o grande desafio é o crescimento do número de praticantes base da modalidade.

Fonte: Imprensa CBH – Carola May

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