O terminal de cargas vivas do Aeroporto de Viracopos em Campinas (SP) será fechado por tempo indeterminado em abril deste ano. Segundo a concessionária Brasil Viracopos, o espaço será desativado para a construção de um pátio para aeronaves de pequeno porte. O fechamento pode afetar a importação e exportação, uma vez que, no país, o terminal é referência no transporte deste tipo de carga, segundo o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Só em 2015, 2 mil animais passaram pelo aeroporto, sendo que 800 eram cavalos.
Sem o terminal, as alternativas serão os aeroportos de Curitiba, Galeão-RJ e Guarulhos. Segundo José Aldo, especialista em controle de cargas animais, estes terminais brasileiros não dispõem da mesma estrutura de Campinas e, por isso, deve ocorrer impacto na importação e exportação. “O aeroporto [Viracopos] em si tem um lugar bastante adequado, lugar amplo onde tem uma facilidade de embarque”, explica Aldo.
A Associação de Criadores de Cavalos para Hipismo informou que não foi comunicada sobre o fechamento e afirmou que isso traz prejuízos enormes, não só para criadores da região, mas também para os animais, que sem uma estrutura aqui em Campinas podem ser submetidos a estruturas e transporte terrestre que são mais desgastantes para o animal.
Aldo revela que a estrutura de Viracopos é mais apropriada para a recuperação dos animais, antes de longas viagens. “Tem cavalos que chegam doentes, com febre de viagem e com lesões nos membros e realmente precisam ficar dois ou três dias a mais aqui, antes de seguir viagem. Por isso, é preciso um lugar adequado para que [o animal] possa ficar com um veterinário e um tratador”, aponta.
Construção de novo pátio
A concessionária informou que a construção do pátio é uma demanda das companhias aéreas. Ela revelou ainda que reuniões têm sido feitas com diversos clientes para definir uma nova data para a transferência do atual terminal de cargas.
A Brasil Viracopos informou que uma estrutura similar para animais está sendo projetada para funcionar dentro do sítio aeroportuário. Essa nova construção depende, no entanto, de liberação da Anvisa, Receita Federal e do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.