Quarto de Milha é o cavalo preferido do esporte mais popular do Nordeste

Versatilidade e inteligência são algumas características da raça campeã na modalidade que vem ganhando força país afora

 

A corrida de mourão, que teve os primeiros registros na década de 1940, atualmente conhecida como Vaquejada, é a paixão de milhares de brasileiros, quando o assunto é desporto equestre. O esporte que se popularizou no Nordeste cresce em outras regiões do país na velocidade do Quarto de Milha, o cavalo favorito nas pistas. Inteligência, docilidade, versatilidade e agilidade são as principais características da maior raça equina do Brasil, que hoje conta com um plantel de cerca de 490 mil animais registrados.

 

 

A paixão de Magdiel Neves Fernandes não tem distância. Ele encarou 1700 km, de Posse (GO) até Bezerros (PE), para participar do Congresso Brasileiro & Derby ABQM de Vaquejada, evento que abre a temporada de competições da Associação Brasileira de Criadores de Cavalo Quarto de Milha (ABQM). Até este domingo (13/03), desportistas de vários Estados do país passarão pelas arenas do Parque Rufina Borba, localizado na BR-232, em busca dos almejados troféus de campeão e de prêmios em dinheiro que somados chegam a R$ 230 mil.

 

Vaquejadas no Nordeste

O competidor e treinador de cavalos da raça Quarto de Milha, Magdiel Neves, participa pela segunda vez das provas de Vaquejada da ABQM. A primeira vez foi em 2014, no Potro do Futuro da mesma modalidade. O jovem que é conhecido como Diel pelos amantes do esporte monta desde os 16 anos. “Gosto de vir aos eventos da ABQM. A vaqueirama é de alto nível, a corrida é bem organizada e os cavalos de primeira qualidade. Os vaqueiros de outras regiões se inspiram no Nordeste, visto como uma potência nacional em Vaquejada”, declara o atleta.

 

 

 

Francisco Pereira Silva, que é conhecido nas pistas como Chico Faustino, também residente em Posse, conta que há sete anos vive da Vaquejada. “Antes ninguém ouvia falar em Vaquejada no Goiás. Hoje, é dela que tiro o sustento da minha família. Cada vez mais respeitadas em todo o país, devido à modernização das regras, as provas têm crescido bastante em outras praças. Além disso, o trabalho desenvolvido pela ABQM pensando no bem-estar animal também tem sido muito importante para o engrandecimento da Vaquejada”, destaca o competidor.

E quando o assunto é cavalo? A resposta é uma só: “o Quarto de Milha é o melhor”, dizem os vaqueiros Diel e Chico. “É a raça preferida dos vaqueiros e treinadores por serem animais rápidos e inteligentes. Os cavalos ficam bem treinados. Pra mim, particularmente, é a melhor”, fala o treinador. “Ele é habilidoso! Apresenta uma diferença muito grande em relação às outras raças. Por também serem dóceis e versáteis, são os favoritos da vaqueirama brasileira. Para colocar o boi na faixa não tem igual”, completa Chico Faustino.

 

 

Vitório pelo Brasil

Celso Vitório dos Santos, é um competidor sergipano, que vive em Lagarto, a 90 km da capital Aracaju. De uma tradicional família de vaqueiros, ele conquistou vitórias nas mais importantes Vaquejadas do país. “Em Manaus, Brasília, Rio de Janeiro e Espírito Santo, conquistei os meus principais títulos fora do Nordeste. São vários! Há 26 anos monto cavalos Quarto de Milha e corro. Sou mais um apaixonado pelo esporte que me proporciona grandes alegrias, que nunca estagnou e que vem tomando força fora do Nordeste”, comemora Vitório.

 

Como tudo começou

A Vaquejada é a festa mais popular e tradicional do ciclo do gado nordestino. Nos primórdios, era marcada apenas pelo encerramento festivo de uma etapa de trabalho. Reunir o gado, ferrá-lo, castrá-lo e depois conduzi-lo para a “invernada”, onde ainda existissem pastos verdes,  era o trabalho essencial dos vaqueiros. Quando perceberam que a corrida poderia ser um esporte, os coronéis e senhores de engenho começaram a organizar disputas, onde os participantes eram os seus vaqueiros e a plateia as suas mulheres e filhos.

Atualmente, é uma festa que se comemora sobre um cenário em que dois personagens essenciais são o boi e o vaqueiro nato e orgulhoso de suas raízes. Em todos os Estados do Nordeste e em outras regiões, o esporte se popularizou de tal forma que existem clubes e associações de vaqueiros, calendários com datas marcadas e até patrocinadores de peso, dando apoio aos eventos, que envolvem um espírito de competição e um clima de festa capaz de arrastar multidões e “embriagar” de emoção quem deles participam.

 

Jean Philippe Vasconcelos

 

TEXTO COMUNICAÇÃO CORPORATIVA

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