DEODORO E O COMBATE DO MOSQUITO AEDES AEGYPTI

 

 

 

O bairro de Deodoro, na Zona Norte do Rio de Janeiro, tem obras e instalações olímpicas com características que o tornam o núcleo de competições dos Jogos do Rio com as maiores dificuldades para o controle do mosquito Aedes aegypti, diz Marcus Vinicius Ferreira, coordenador de Vigilância Ambiental em Saúde da Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro.

Encarregado de chefiar os esforços de combate ao mosquito transmissor da dengue, chikungunya e zika vírus no Rio, ele diz que embora o chamado Índice de Infestação Predial (IIP) do bairro seja baixo, há uma série de fatores que elevam o nível de preocupação.

“O que mais me preocupa é a grande quantidade de obras ainda em curso no local, o fato de serem obras mais complexas do que as dos outros núcleos, e de que muitas instalações lá são a céu aberto, diferente da Barra, onde a maioria é coberta”, indica, em referência a instalações como a pista de mountain bike, o estádio de canoagem slalom e o circuito de BMX.

Ferreira ressalta que há outros motivos que tornam a região complicada, como as obras do BRT, muito próximas, as instalações militares no entorno e o centro de hipismo.

“Alguns dos piores lugares que eu tenho aqui no Rio para combater o mosquito são o colégio militar e o jóquei. Lugares com a presença de cavalos são complicadíssimos, por causa da água usada nas baias, que fica parada. Ou seja, é mais difícil controlar”, explica.

Ele afirmou, no entanto, que todas as áreas olímpicas estão recebendo “atenção constante” e igual da prefeitura, independentemente dos desafios.

No bairro da Barra da Tijuca, onde estão localizados o Parque Olímpico e a Vila dos Atletas, além do centro de mídia, o IPI é de 0,4%. Em Copacabana, onde há várias provas de rua, o índice é de 0,4% numa parte do bairro e de 1% em outra (onde está localizado o Morro do Cantagalo). Já no Maracanã a medição está em 0,5% e em Deodoro o IPI é de 0,2%.

Sobre as medidas de controle ao mosquito específico com relação aos Jogos, adiantado pela BBC Brasil no último fim de semana, Ferreira disse que a 30 dias do início das Olimpíadas uma medição da quantidade de mosquitos em cada local de competição definirá a necessidade de dedetizações com “fumacê”.

“Posso mudar a minha estratégia de combate em cada um desses bairros devido aos resultados desta medição vetorial”, diz.

Questionado sobre o anúncio do Ministério da Saúde, que prometeu enviar 220 mil homens das Forças Armadas a diversas cidades do país para combater o mosquito, Ferreira disse que o Rio não deve receber nenhum e que o contingente de 3,3 mil agentes de monitoramento cobrem as necessidades da cidade.

“Na época da Olimpíada dificilmente teremos forte incidência do mosquito, até por conta do frio. Aqui no Rio, mesmo quando houve epidemia, os números foram menores nos meses de julho e agosto, quando serão realizados os Jogos”, explica.

Fonte: BBC Brasil no Rio de Janeiro/ Porforadaspistas

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