Muito antes de carros e bicicletas encherem o mundo, eram cavalos o principal meio de transporte. Presentes em pinturas, esculturas e histórias sobre as guerras, eles sempre fizeram parte de um imaginário de grandeza. Hoje, são responsáveis por impulsionar a economia, movimentando, apenas no Distrito Federal, em torno de R$ 200 milhões por ano, segundo estimativa da Secretaria de Agricultura (Seagri). Nacionalmente, esse número é ainda maior: R$ 16,5 bilhões.
O rebanho brasileiro conta, atualmente, com cerca de 5,9 milhões de cabeças, sendo cerca de 20 mil no DF. A maior parte deles é da raça Mangalarga Marchador, um dos mais comuns no país. Fruto do cruzamento de cavalos Álter, de origem portuguesa, com éguas selecionadas para sela, é o mais usado em competições de marcha. Um animal pode custar de R$ 5 mil a R$ 7 milhões. Em Brasília, são 16,5 mil do tipo, distribuídos nos mais de 100 haras existentes.
Em 2017, a raça apresentou um crescimento de 10,2% no número de negócios e criadores. No mesmo ano, foram 352 leilões no Brasil, movimentando aproximadamente R$ 350 milhões. Segundo o secretário de Agricultura, Argileu Martins, ao menos dois eventos relacionados à equinocultura ocorrem todo fim de semana na capital federal. “São cavalgadas, exposições, leilões. Envolve muita gente, alimentação, selaria, então movimenta muito a economia, inclusive no setor de hotéis”, afirma.
O próximo evento na programação começa no domingo, quando Brasília recebe o Campeonato Brasileiro de Marcha Zel Café (CBM), no Parque de Exposições Agropecuárias da Granja do Torto, até o dia 17. Essa é a primeira vez que duas modalidades da marcha, picada e batida, terão as competições nacionais juntas. Tudo está sendo organizado pela Seagri e pela Associação Brasileira dos Criadores do Cavalo Mangalarga Marchador (ABCCMM).
Cerca de 40 mil pessoas são esperadas durante os sete dias de evento, que terá mais de 800 Mangalarga Marchadores. Criadores de todo o Brasil já estão confirmados nas competições. Uma praça de alimentação, leilões e atrações para crianças também estão na programação. “É bom para o setor, porque dinamiza e aquece a economia, melhora o valor dos animais”, acredita o secretário.
Caio Brasil, presidente da Associação de Mangalarga Marchador do DF, terá cavalos na competição. O haras dele tem em torno de 45 animais e a ligação com eles vem da infância. “Eu sou do município de Araguari, no interior de Minas Gerais. Lá, meu pai criava cavalos na década de 1970 e ali nasceu a paixão”, relembra. Ele faz parte da organização do evento e explica que a principal diferença dessa para outras raças é a docilidade, característica do Mangalarga Marchador.
Fonte: Correio Braziliense