Campo Grande (MS) – Para ampliar o número de médicos veterinários credenciados para atuarem na coleta de mormo, a Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar (Semagro), em parceria com a Superintendência Federal da Agricultura (SFA-MS), pretende promover seminários mensalmente, como o realizado na sexta-feira (5.5)
O seminário teve o intuito de cadastrar novos profissionais, recadastrar e atualizar os dados e o conhecimento na área. A meta é reunir uma média de 30 profissionais em cada edição.
No seminário realizado, a médica veterinária Kelly Noda Gonçalves, Fiscal Estadual Agropecuária e Coordenadora do Programa Nacional de Sanidade dos Equídeos (PNSE), palestrou sobre diagnósticos e sintomas, o trânsito de animais e suas exigências. Falou também sobre a atuação do serviço veterinário oficial e a importância de se fazer uma boa resenha do animal a ser examinado. Nas discussões entrou ainda o tema rastreabilidade de equídeos através de chip eletrônico, que está no radar da Agência Estadual de Defesa Sanitária Animal e Vegetal (Iagro) como um dos próximos projetos.
Em 2005, Mato Grosso do Sul teve seu primeiro foco de mormo e desde então, baseado no artigo 1° da Instrução Normativa nº 24, de 5 de abril de 2004, o Médico Veterinário autorizado a realizar coleta e envio de material para a realização de diagnóstico laboratorial de mormo deve ser cadastrado pelo Serviço de Sanidade Animal da Superintendência Federal da Agricultura na respectiva UF.
A lista com os nomes dos veterinários habilitados pode ser encontrada nesse link e é atualizada constantemente.
Mormo
O mormo, doença da lista “B” do Escritório Internacional de Epizootias (OIE), possui como agente causal uma bactéria denominada Burkholderia mallei que acomete os cavalos e, de forma mais grave, os asininos e muares, podendo acometer inclusive o homem. A doença está incluída entre aquelas passíveis de aplicação das medidas previstas no Regulamento de Defesa Sanitária Animal (Art. 61 e 63 do Decreto n° 24.548, de 3 de julho de 1934), sendo obrigatório o sacrifício dos animais doentes, uma vez que a doença não tem cura. A legislação encontra-se em fase de revisão, permanecendo em vigor a Instrução Normativa nº 24, de 5 de abril de 2004.
Sintomas
A doença se manifesta sob três formas e, normalmente, os muares e asininos são acometidos na sua forma aguda, enquanto os cavalos, na forma crônica. Na forma nasal, os animais apresentam febre alta, tosse e descarga nasal com úlceras nas narinas, podendo ocorrer úlceras e nódulos nos membros e abdome. A forma pulmonar, mais comum nos cavalos, pode causar uma pneumonia crônica acompanhada de úlceras na pele dos membros e na mucosa nasal. A forma cutânea se apresenta sob a forma de nódulos e úlceras na região interna dos membros com presença ou não de secreção amarelada escura.
Transmissão
A transmissão se dá por meio do contato dos animais com as secreções e excreções de doentes, especialmente a secreção nasal e o pus dos abscessos, que contaminam o ambiente e, principalmente, comedouros e bebedouros.
Controle e Erradicação
As medidas de controle e erradicação envolvem: sacrifício dos animais positivos às provas de diagnóstico; enterro ou incineração dos cadáveres; desinfecção das instalações e de todo material que esteve em contato com os animais doentes; interdição da propriedade e saneamento do foco; notificação de qualquer suspeita ao serviço de defesa sanitária animal do Estado.
Texto e fotos: Kelly Ventorim – Agência Estadual de Defesa Sanitária Animal e Vegetal (Iagro)