Cavalgar pode fazer bem à coluna e ajudar a suportar o peso nosso de cada dia

Estamos em São Paulo. Mas, nesta parte da cidade, a gente parece estar no campo. E vem da roça, um dos melhores amigos de quem tem dor na coluna. O cavalo, quem diria.

“Andar à cavalo causa dores na coluna? Eu acreditava que sim. E talvez muita gente pense da mesma forma. Mas, cavalgadas podem fazer um bem enorme à coluna e ajudá-la a suportar o peso nosso de cada dia. Basta acertar o passo, entrar no ritmo do cavalo”, disse a repórter Tatiana Nascimento.

“A cavalgada pode até causar dor na coluna em quem não sabe andar a cavalo, a coluna é como uma mola. Se você está todo duro em cima do cavalo. Você pode causar dor”, explicou Luiz Botelho, fisiatra.

“Então resumindo: você tem que ficar solto e acompanhar o molejo do animal”, concluiu Tatiana

“Exatamente”, concordou o fisiatra.

Jamile Dorso que o diga.

“Era quase que insuportável. Passei muitos anos com dor. E a dor passou. Esses movimentos vão naturalmente fortalecendo principalmente a musculatura abdominal, lombar e hoje eu tenho uma condição física muito melhor”, contou Jamile Dorso, fotógrafa.

Jamile faz equoterapia pelo menos duas vezes por semana.

“Conforme o cavalo se movimenta ao passo o nosso quadril estimula as reações equilíbrio do tronco e o sistema nervoso central de forma que a gente fica em alerta com nível de contração muscular maior, mas ao mesmo tempo relaxado por estar praticando uma atividade prazerosa e ao ar livre”, explicou Rebeca Santos Rehder, fisioterapeuta.

A pessoa da zona rural, o homem do campo que trabalha, vai pra lida no cavalo, ele está fazendo um bem pra coluna dele sem saber.

“Não só os que estão à cavalo. Todos que fazem exercícios e se flexibilizam tem a sua coluna em geral muito muito mais saudável do que as pessoas que vivem atrás de uma mesa sentados o dia inteiro, por exemplo”, afirmou Luiz Botelho.

“A pessoa quando fica com a coluna arriada fica deselegante. Além de problema de saúde, há o problema da deselegância, também. A pessoa fica com a postura ruim”, ressaltou Gilbert Salazar Batista, analista de sistemas.

Horas e horas na frente do computador. Quase impossível não se curvar diante dele. Como, então, corrigir a postura? Aí, vem uma dica. Basta usar uma espécie de cinto com uma alcinha, uma engenhoca que avisa quando a nossa coluna começa a desmoronar. Ideia do Gilbert.

“Aos poucos eu fui montando, montando. Uma cinta, e tal. E se eu colocar um motorzinho de vibracall de celular. Então, fui trabalhando a ideia, até que surgiu o primeiro monitor postural”, contou Gilbert.

“Quando ele me disse que ele tinha feito essa invenção, eu pedi pra usar, pra ser a cobaia dele”, contou Liliane Pereira Rosado, analista de sistemas.

Em casa, a família também testou.

“Então, eu virava e ficava sempre com a postura torta”, explicou Maria Cecília Salazar Batista, mulher de Gilbert.

A inspiração foi a filha de Gilbert.

“Ela ficava usando o computador por horas a fio e se distraia e a coluna ficava encurvada. Então, eu sempre passava e lembrava. E aí, filha, conserta a coluna. E aí ela consertava a coluna e toda hora eu tinha que lembrar de novo”, contou Gilbert.

“Antes, quando meu pai me obrigava, era um saco. Mas agora, ajuda até a ter a consciência de manter a postura, de não ter o vício de ficar arqueada. É bom”, revelou Luísa de Oliveira Baptista, filha do GIlbert.

O treino é pra valer. Gabriela Propodoski é atleta da Marinha do Brasil. E pensar que ela teve que operar a coluna, para conseguir ficar de pé outra vez.

“Fez  5 meses, ontem. Todo mundo me manda mensagem: ‘parabéns, parabéns’. Eu tinha muita dor. Tinha vezes que eu nem levantava da cama”, contou Gabriela Propodoski, levantadora de peso.

“Quer dizer, o teu treino você já não estava conseguindo fazer?”, perguntou a repórter Tatiana Nascimento.

“Não. Não conseguia fazer”, respondeu Gabriela.

“Ela tinha duas hérnias de disco?”, perguntou a repórter.

“Duas. Nós usamos uma técnica minimamente invasiva, com uma incisão de aproximadamente 4 centímetros, abordando e substituindo esse disco”, respondeu Marco Aurélio Braz de Lima, neurocirurgião.

“A novidade dessa cirurgia é o tamanho do corte?”, quis saber Tatiana Nascimento.

“É o tamanho do corte e a via de acesso. Toda a agressão dessa cirurgia é imensamente menor que uma cirurgia convencional”, explicou Marco Aurélio.

“Ela não tem uma coluna nova. Isso a gente não pode dizer?”, questionou Tatiana.

“Não. Infelizmente”, respondeu o neurocirurgião.

“Eu sou muito positiva. Então, eu creio que eu vou me recuperar. Vou competir em 2016. A coluna aguenta. Com certeza. Sou forte”, ressaltou Gabriela.

“Não adianta só a cirurgia, não adianta só o medicamento ou a fisioterapia. Existe um depois do tratamento. Esse depois é exercício físico e isso é comprovado cientificamente”, afirmou Helder Montenegro, presidente da Associação Brasileira de Reabilitação de Coluna.

“Se a gente bobear, com o passar dos anos, a gente vai ficando mais encurvadinho. Então, nós precisamos de extensão”, disse Beatriz Ambrósio do Nascimento, terapeuta ocupacional.

“Essa postura física depende da minha atitude mental, como eu encaro a vida”, completou Fernando Bignardi, médico gerontólogo da Ufifesp.

Fonte- Globo Reporter

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