Ministro afirma que todo o país receberá certificado de território livre da doença com vacinação da OIE, depois de 50 anos de espera
O ministro da Agricultura, Blairo Maggi, afirmou em um vídeo divulgado pelo governo federal que o Brasil receberá em maio de 2018 o certificado de território livre de febre aftosa com vacinação da Organização Mundial de Saúde Animal (OIE). “O Brasil inteiro estará livre”, diz o ministro no vídeo, lembrando que esta é uma luta de mais de 50 anos do País.
Atualmente, a maior parte do Brasil já tem esse status. A exceção é o Estado de Santa Catarina que já é reconhecido como livre de aftosa sem vacinação. No Amazonas, apenas os municípios de Guajará, Boca do Acre e parte de Lábrea e Canutama têm o status de livre da doença com vacinação. Ainda no Norte, a totalidade de Roraima e Amapá não são consideradas zonas livres da doença.
A certificação oficial de que 100% do território nacional é livre da doença, mesmo que com vacinação, pode facilitar a abertura de novos mercados internacionais.
“O Brasil tem um papel muito significativo no desenvolvimento das Américas, por exemplo, contra a febre aftosa, a peste suína clássica, a influenza aviária. Por isso, é muito importante que o País continue a ser tão comprometido com as questões veterinárias”, afirma, no mesmo vídeo divulgado pelo governo, a diretora-geral da OIE, Monique Eloit. Ela esteve no Brasil nesta semana para conceder à empresa especializada em genética avícola Cobb-Vantress certificação para um modelo inédito de compartimentação de aves.
Ainda durante a visita, Monique e Maggi assinaram um acordo de cooperação que dá ao Brasil participação na gestão da OIE. Segundo o Ministério da Agricultura, o acordo prevê o repasse de valor equivalente a 1 milhão de euros (R$ 3,56 milhões) para programas de prevenção à febre aftosa e para melhoramento dos sistemas de auditorias sanitárias privadas. Os recursos são da iniciativa privada e serão divididos em seis parcelas.
O ministério coordenará as ações, que serão executadas a partir de janeiro de 2017, em um programa com duração de dois anos. As medidas devem estar de acordo com as normas do Fundo Mundial da OIE para Saúde e Bem-Estar dos Animais.
O acordo do Brasil com a OIE prevê cinco frentes de atuação: erradicação da febre aftosa nas Américas; apoio à erradicação e prevenção do mormo (doença que afeta os equinos); respaldo aos escritórios da OIE; assistência aos novos países membros da OIE na região, e, contribuição à compra da sede da OIE em Paris, França.