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No último mês de julho a Associação Francesa de Criadores de Cavalos Crioulos (AFECC) encaminhou à Federação Internacional de Criadores de Cavalos Crioulos (FICCC) uma solicitação de adesão ao evento e de aprovação e reconhecimento do Registro Genealógico Francês, pedido que já foi homologado. Em reunião realizada junto a programação da Exposição Rural de Palermo, promovida pela Associação de Criadores de Cavalos Crioulos da Argentina (ACCC), no início de agosto, representantes das associações do Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai deliberaram a favor da integração com a AFECC.
Dessa forma, a associação francesa passa a ser sócia aderente da FICCC, o que permite a participação de seus criadores como convidados nos eventos promovidos pelos países membros da Federação. Da mesma forma, o registro genealógico também foi aprovado. Esse fato somente foi possível devido o comprometimento da entidade em manter como padrão os critérios de seleção já adotados pelo Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai.
O presidente em exercício da FICCC e presidente da ABCCC, José Luiz Lima Laitano, comenta a motivação da nova parceria: “o interesse surgiu em razão de afinidades de padrão e da vontade dos criadores franceses em participar das nossas provas e de se envolverem mais para desenvolver o próprio trabalho”. Animado com o avanço da raça Crioula, o gestor afirma que agora é necessário continuar investindo na integração com a AFECC para que a relação avance dentro da FICCC.
Histórico
A AFECC foi fundada por Phillippe Bergeron em 2002 e se mantém até hoje como a única representante de criadores e proprietários da raça no país. Bergeron deu início à criação do animal dois anos antes. Entre 1999 e 2000 importou oito éguas – sendo quatro prenhe – da cabanha La República e um garanhão da El Cardal. Os exemplares foram enviados da Argentina para a Europa por avião. Atualmente, sua propriedade, o Haras du Treuscoat, está inscrita na Sociedad Rural Argentina (SRA) e possui cerca de 130 produtos registrados.
2012: um marco
Os cavalos Crioulos nascidos na França antes de 2012 eram registrados na Sociedad Rural Argentina e, como é obrigatório no país, cadastrados no Registro General Francés de los Equinos. No entanto, o órgão oficial responsável pela concepção do documento não reconhecia a raça e apenas fornecia a identificação “cavalo de origem desconhecida”. O que impedia a participação dos animais em provas oficiais e os igualava a mestiços que chegavam ao país pela Itália.
No que diz respeito ao reconhecimento da legitimidade da raça, a situação mudou drasticamente em setembro de 2012 após a Convención del Caballo Criollo. Nela, órgãos responsáveis pela identificação e gestão dos cavalos do país e estrangeiros determinam que exemplares da raça Crioula com origem reconhecida e inscritos no SRA seriam distinguidos dos demais. Então, a inscrição “Cheval Origine Constatee Criollo” passa a permitir a sua participação em competições oficiais.
Obstáculo para o crescimento
A necessidade do duplo registro continuou a ser um fator desfavorável para a criação do cavalo Crioulo na França. Segundo a AFECC, a burocracia e custos dobrados e o idioma estrangeiro (espanhol) acabam limitando a atuação dos criadores e prejudicando o desenvolvimento da raça em território francês.
Esses motivos, somados à convicção de que o IFCE – órgão responsável pelo registro de cavalos no país – possui experiência suficiente na gestão de registros e a uma recente mudança na legislação francesa que favorece o processo, levou a AFECC a considerar a possibilidade de estabelecer um registro genealógico de cavalos Crioulos no país. O que, de acordo com a entidade, também seria um facilitador para o intercâmbio de exemplares entre a América do Sul e a Europa.
FONTE: Rochele Ücker/ABCCC