Um tema inédito entra na pauta do XLIII Congresso Brasileiro de Alergia e Imunologia: Alergia Veterinária. Dentre as discussões sobre o assunto está a asma em cavalos ou asma equina, doença comum que atinge cerca de 15% a 20% em diferentes raças de cavalos a partir dos sete anos de idade, denominada até então como obstrução recorrente das vias aéreas (ORVA).
O Professor Titular da Escola de Ciências da Vida da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC-PR) e médico veterinário convidado para palestrar durante o XLIII Congresso da ASBAI, Pedro Vicente Michelotto Jr., explica que ainda se sabe pouco sobre a questão genética no desencadeamento da asma nos cavalos, porém, os fatores de risco ambientais são bem conhecidos.
“O cavalo deveria viver no campo, mas, a partir do momento que é colocado em cocheiras, fica em um ambiente com menor qualidade do ar. Além disso, dorme em cima de uma ‘cama’ de serragem, maravalha ou feno, todas fontes de poeira rica em alérgenos. O capim também foi substituído por feno, que também é fonte bastante rica em poeira e alérgenos capazes de chegar às regiões mais periféricas das vias aéreas, provocando a resposta alérgica”, comenta o médico veterinário.
Os sintomas da asma em cavalos são semelhantes aos relatados nos seres humanos: tosse espontânea e persistente ou recorrente, dificuldade respiratória e presença de sibilos na auscultação pulmonar. “Usamos, rotineiramente, a broncoscopia em clínica de equinos, e o que se encontra nesses casos é uma quantidade exacerbada de muco traqueal”, conta Dr. Michelotto Jr.
Tratamento – Compreende o uso do broncodilatador e do corticosteroide, associado a uma melhora ambiental. Dr. Pedro conta que participa de um grupo que está pesquisando o uso da terapia celular, já com resultados bastante interessantes. “O estudo da terapia celular busca um controle das modificações teciduais observadas na asma, além de procurar fugir dos efeitos colaterais dos medicamentos convencionais que usamos”, explica o especialista.
A asma em cavalos é tratada, mas não há cura. Segundo o professor, esse é o maior desafio para o médico veterinário clínico de equinos, já que o cavalo, sendo um animal envolvido em atividades desportivas, tem que permanecer no ambiente que é propício à doença.
Congresso – Inédito em um congresso de saúde humana, o tema Alergia Veterinária despertou surpresa ao Dr. Pedro Michelotto Jr. quando recebeu o convite para palestrar. Segundo ele, no exterior já é comum reunir pesquisadores das áreas Humana e Veterinária.
“A abertura deste espaço certamente nos ajudará a ouvir os experts em alergia e imunologia e, ao mesmo tempo, poderemos passar nossa experiência. Isto vem ao encontro do conceito de ‘saúde única’. Espero que possamos sair com algumas soluções e com muitas ideias e parcerias”, conclui o veterinário.
Com o tema “A vida com alergia: da criança ao idoso”, Curitiba se tornará a casa de renomados especialistas nacionais e internacionais que estarão na cidade para participar do XLIII Congresso Brasileiro de Alergia e Imunologia. Estima-se um público de 1.500 pessoas durante o evento.
Fonte: Paran@shop
XLIII Congresso Brasileiro de Alergia e Imunologia
Data: de 28 de setembro a 1º de outubro
Local: Expo Curitiba
Endereço: Rua Prof. Pedro Viriato Parigot de Souza, 5300. Campo Comprido –Curitiba
Informações e Inscrições: http://congressoalergia2016.com.br/inscricoes/index.php#menuinscricoes