Iniciativas para a erradicação do mormo no Estado foram debatidas nesta quinta-feira, primeiro de setembro, na Expointer, durante o Seminário sobre Sanidade Equina, promovido pelo Sindicato dos Médicos Veterinários do Rio Grande do Sul (Simvet/RS), com apoio da Associação Brasileira de Criadores de Cavalos Crioulos (ABCCC).
O evento contou com a presença de representantes da classe veterinária e apresentou avanços na disponibilização do Elisa, exame que será indicado pelos organismos internacionais para diagnóstico da doença.
De acordo com Rui Vincenzi, coordenador do grupo de trabalho de unidade equina da Câmara Setorial de Equinocultura, o Elisa está sendo desenvolvido com o objetivo de identificar soros realmente positivos e negativos, trabalhando inclusive com cepas nacionais. “É possível que se torne o exame único”, projeta. Ainda assim, ele destaca a importância dos testes de fixação de complemento e a retomada do western blotting como os atuais meios de identificar casos de mormo.
Em 2015, foram feitos no Brasil mais de 700 mil testes, dentre os quais 180 mil no Rio Grande do Sul. O levantamento apontou 0,34% de casos positivos para mormo no Estado. Mesmo assim, na visão da Secretaria de Agricultura, o número não deve ser negligenciado. “Queremos o status de zona livre”, afirma Gustavo Diehl, fiscal estadual agropecuário responsável pelo Programa de Sanidade de Equídeos da Secretaria da Agricultura.”Sabemos que as medidas adotadas em animais positivos não são fáceis, mas são necessárias em função do interesse coletivo”, avalia.
Diehl também apontou a necessidade do estudo de prevalência para conhecer a população de maior risco e assim monitorar os espécimes e promover ações a partir dos dados obtidos. “É fundamental a parceria com a Organização Mundial da Saúde Animl (OIE) para que nossos laboratórios sejam de referência internacional. Isso traz segurança quanto a resultados”.
João Junior, delegado do Simvet/RS, reforça o apoio aos métodos empregados nacional e internacionalmente: “Se temos a meta de erradicar a doença, devemos acreditar no trabalho dos especialistas. Por isso, fomentamos o serviço oficial veterinário e atuamos para agilizar os prazos de exames dos laboratórios”, afirma. Ele ainda ressalta que a entidade defende a habilitação de profissionais para atuação e fiscalização em eventos equestres. “Propomos a realização de cursos para credenciar médicos veterinários. Isso inibe práticas irregulares e contribui para a padronização de processos”, explica.
O seminário abordou ainda a questão da judicialização após o diagnóstico. “Ao se manter o animal contaminado em contato com outros, contrariando as determinações técnicas, acaba-se contribuindo para a disseminação do mormo. Isso ocorre porque há muita desinformação”, diz Vincenzi. Diehl concorda: “É preciso buscar informações corretas na literatura científica e junto a especialistas”. Para Frederico Araújo, inspetor técnico da ABCCC, a associação tem uma participação importante neste ponto. “Temos contato direto com os criadores e atuamos em todo o país”, salienta.
Fonte: Andréia Odriozola/AgroEffective