Brasileiro Luiz Tenório é responsável pelo serviços dos ferreiros na Rio 2016
Assim como atletas de ponta que disputam as Olimpíadas, as estrelas equinas também contam com “calçados” feitos à mão. Para garantir o melhor desempenho, os cavalos olímpicos no Rio têm a ferradura sob medida. Nesta sexta-feira pela manhã, será a última oportunidade de conferir o desempenho desses animais superatletas, quando ocorrem as finais individuais de saltos.
Produzidas de ferro ou alumínio, há ferraduras com variedade de estilos: umas são afiladas, outras cobrem toda a pata e há ainda aquelas com tachas para o aperto. Algumas até vem com almofadas de gel para maior conforto.
Para alcançar a medida perfeita, a ferradura é aquecida sob temperatura de 800 °C antes de ser moldada na bigorna. Quando a temperatura da ferradura cai, ela é pressionada à pata e, uma vez que o ajuste está ideal, é deixada em um balde de água para esfriar. Em seguida, é pregada ao casco, que não é sensível e tem o equivalente a uma unha de espessura de 10mm.
Há uma enorme variedade de comprimentos e formas de pregos para diferentes condições de solo. De acordo com o ferrador da Rio 2016, Jim Blurton, “a seleção de pregos é quase tão importante quanto a seleção de pneus na Fórmula 1”.
Os grandes atletas vêm com suas próprias ferraduras – diz Blurton.
Todos os cavalos Olímpicos vêm com um par extra de ferraduras pré-montadas para que, caso percam uma, a equipe possa produzir outra com a mesma medida.
– Em Londres 2012, tivemos um cavalo que perdeu uma ferradura enquanto fazia o aquecimento dez minutos antes de ir para a competição de salto. Recolocamos a ferradura em sete minutos, o equivalente a um pitstop de 3.5 segundos – acrescenta Blurton.
E o principal responsável pela coordenação e serviços dos ferreiros nos Jogos Olímpicos é o carioca Luiz Tenorio, de 44 anos. Ele é responsável por garantir que, onde quer que haja um cavalo, haja um ferrador a postos se uma ferradura precisa ser substituída, até mesmo nos momentos em que o animal estiver prestes a entrar na arena.
Tenorio também selecionou a dedo a equipe brasileira, que inclui 13 voluntários ferreiros. Como parte do programa de legado dos jogos, a programação diária inclui palestras e sessões de treinamento individual, permitindo que os ferreiros brasileiros menos experientes aumentem sua bagagem de conhecimentos.
Como o esporte evolui, a criação de cavalos também está evoluindo para produzir cavalos mais atléticos, o que, por sua vez, impõe mais exigências sobre as ferraduras e os ferreiros destaca Tenorio
Fonte: Globo esporte