Renovada e com técnico americano, equipe brasileira mostra confiança por medalha
Falar em saltos no hipismo brasileiro remete diretamente a um nome: Rodrigo Pessoa. Agora, imagine entrar na disputa sem um dos maiores atletas da história da modalidade. Pois é justamente o que acontece. A partir deste domingo, no Complexo de Deodoro, uma renovada geração inicia as disputas na categoria mais nobre do esporte. Com Doda Miranda como capitão e principal representante, a equipe comandada pelo simpático americano George Morris espera voar na pista de Deodoro para tentar recolocar o país na rota das medalhas – o que não acontece desde Atenas, em 2004.
Remanescente daquela geração de bronze por equipes, Doda vai para a sua sexta Olimpíada. O time brasileiro ainda é formado por Pedro Veniss, que esteve em Pequim, além dos estreantes Eduardo Menezes e Stephan Barcha. Sem a grife de Pessoa, a aposta é em um grupo equilibrado e com cavalos de altíssimo nível.
Equipe brasileira aposta no equilíbrio para ter chance de medalha (Foto: Diego Guichard)
– Graças a Deus nos últimos concursos eu me senti muito bem. Fisicamente nossos cavalos estão muito bem, estão com bastante energia. É uma briga muito difícil, vejo o Brasil com chances reais de medalha de ouro. Vai depender de quem estará mais tranquilo no dia – aposta Doda.
Medalhista de ouro em Atenas e tricampeão mundial, Rodrigo Pessoa foi chamado como reserva da equipe brasileira, não ficou nada satisfeito e abriu mão da convocação. A explicação de George Morris é de que a égua Cadjanine Z não vinha obtendo os melhores resultados em comparação aos demais cavalos da equipe.
– Como chefe de equipe, o treinador precisa ser coerente e justo com todos. São grandes cavaleiros e conjuntos aqui, com mistura de atletas experientes e jovens. Mas eu vivo em uma democracia nos Estados Unidos e me baseio nisso. O Rodrigo é um dos melhores cavaleiros que já vi na vida. Ninguém o queria mais do que eu. Infelizmente, o momento do Rodrigo não foi 100% – explica o treinador, que vai para sua 15ª Olimpíada.
– O Rodrigo sempre faz falta em qualquer equipe, desde que esteja com um cavalo a altura. Tudo isso mostra como o nível no esporte tem crescido muito. Em Londres, praticamente encerramos a competição com três cavaleiros – completa Doda.
Caçula da equipe, Stephan Barcha, de 26 anos, chega a Olimpíada como esperança para o futuro. Como curiosidade, o atleta volta a formar um conjunto 100% nacional após 16 anos. Competirá junto com LandPeter, montaria de 11 anos de origem mineira. Como meta, quer repetir as histórias de seus ídolos Rodrigo Pessoa e Doda.
– O Rodrigo é um cavaleiro que dispensa comentárias, ele ganhou tudo. Ele já fez história e vai continuar fazendo. Quando ele foi campeão, eu tinha nove anos. Aqui as pessoas não sabem, mas os meus ídolos no esporte são ele e o Doda. E continuam sendo. Espero ser para crianças o que os dois me motivaram a ser – projeta Stephan.
provas serão realizadas a partir da manhã deste domingo. A ordem de apresentação dos brasileiros já foi definida: Eduardo Menezes, Stephan, Doda e Pedro Veniss, respectivamente.
– O ambiente para os cavalos está excelente. Nós sabemos o que podemos fazer. Agora, é focar no trabalho. O hipismo é sempre muito competitivo, há uma competitividade muito grande e você não pode perder nada – analisa Eduardo Menezes.
Atual campeão olímpico, o suíço Steve Guerdat chega ao Rio como o principal nome da competição. Tentará o bi olímpico ao lado do cavalo Nino de Buissonnets, considerado uma uma “lenda”. Bem ranqueados na Federação Internacional Equestre (FEI), o francês Simon Delestre, e o alemão Christian Ahlmann são outros destaques.
Fonte: Globo Esporte