Em um esporte disputado principalmente por competidores veteranos, os jovens brasileiros do hipismo adestramento não conseguiram surpreender os mais velhos na Olimpíada do Rio de Janeiro. No segundo dia de provas da primeira fase, Luiza Almeida e João Victor Oliva não obtiveram médias suficientes para se classificarem à próxima etapa da disputa individual ou para colocarem a equipe tupiniquim entre as seis que avançam à segunda fase. Com isso, o Brasil se despediu nesta quinta-feira, 11, da modalidade adestramento desta edição dos Jogos Olímpicos.
A apresentação de João Victor Oliva foi acompanhada à distância pela mãe, a ex-jogadora de basquete Hortência. Integrante do Time de Ouro de comentaristas da TV Globo, ela comentou Brasil x Croácia, pela terceira rodada do basquete masculino, no mesmo horário da apresentação do filho e não pôde ir ao Centro Olímpico de Hipismo para vê-lo pessoalmente. Pelo celular, assistiu à apresentação e ficou emocionada (assista ao vídeo acima). João Victor Oliva, após a prova, compreendeu a falta da mãe na arquibancada.
– Ela está fazendo o trabalho dela. Tenho que respeitar. Ela não pôde vir, mas não tem problema. Não ia depender muito dela a minha apresentação. Claro que eu gostaria que ela estivesse vendo, mas eu respeito. Tem que respeitar o trabalho dela. Gosto demais dela. Ela me ajudou muito antes dos Jogos, com conversas e tudo. Sendo não apenas uma mãe, mas uma atleta também. Tenho muita sorte de ter ela ao meu lado – afirmou.
João Victor Oliva, filho da Rainha Hortência, foi quem teve a melhor média da equipe brasileira na primeira fase (Foto: REUTERS/Tony Gentile)
A equipe brasileira, com média de idade de 21 anos, é a mais nova entre as que disputam o adestramento nesta Olimpíada. Na quarta-feira, 10, Pedro Almeida e Giovana Pass entraram na arena. Nesta quinta, Luiza Almeida e João Victor Oliva entraram para as apresentações com a difícil missão de tentar a classificação do time brasileiro ou conseguirem a classificação na disputa individual.
Luiza Almeida, de 24 anos e na terceira Olimpíada da carreira, foi a primeira a competir. Apoiada pela torcida brasileira, a paulista fez uma apresentação regular, com alguns erros. Assim, ficou com a média 66,914% e terminou na 49ª posição entre 59 que disputaram a primeira fase; 31 avançaram para a segunda etapa da disputa individual.
Fiquei bastante feliz com a minha prova. O meu cavalo estava querendo dar o melhor dele lá dentro. Infelizmente, ocorreram alguns erros que me custaram alguns pontos. Mas, mesmo assim, bati meu próprio recorde. Essa era a minha meta. Estou feliz. A gente sempre quer fazer mais, é lógico. Mas o adestramento é assim mesmo. Erros podem acontecer. Agora é treinar para Tóquio – disse.
Luiza Almeida é a mais experiente da equipe brasileira, com 24 anos e na disputa da terceira Olimpíada (Foto: REUTERS/Tony Gentile)
João Victor Oliva, filho da ex-jogadora de basquete Hortência, entrou na arena aplaudido pelo público. O jovem de 20 anos foi o que teve a melhor média da equipe brasileira: 68,071%. Porém, não ficou entre os 31 competidores que conseguiram a classificação à segunda fase. Ficou na 46ª posição. Ele destacou a importância da participação para a equipe na Olimpíada do Rio de Janeiro.
Foi uma pontuação acima do esperado. Estou bem contente com meu cavalo. Tem muitas coisas para melhorar, mas tive só um ano para preparar ele por causa dos Jogos Pan-Americanos. Ele esteve lá e esta é uma reprise mais difícil. Estou muito contente em poder representar o Brasil na Olimpíada aqui dentro. Acho que isso foi um presente para a gente ter a Olimpíada aqui. É um esporte que não tem o conhecimento como os outros. Isso foi ótimo para o nosso esporte. Nossos cavaleiros são os mais novos. A média de idade é de 21 anos. Posso estar falando bobagem, mas isso é o recorde. Isso foi uma experiência muito grande para nós. Estar no meio desses grandes cavaleiros e não fazer feio já é um grande passo – afirmou João Victor.
Na classificação individual da primeira fase, João Victor terminou na 46ª colocação (68,071%), Giovana Pass na 47ª (67,700%), Luiza Almeida na 49ª (66,714%) e Pedro Almeida na 53ª (65,714%). Na classificação por equipes, o Brasil ficou no décimo e penúltimo lugar, com média 67,562%.
Nesta sexta-feira, 12, será disputado o Grand Prix Special, segunda fase da disputa individual, com 31 atletas, e a final por equipes. Os seis países classificados são: Alemanha, Grã-Bretanha, Estados Unidos, Holanda, Suécia e Dinamarca.
Fonte: Globo esporte