Com o intuito de manter as condições de igualdade entre os competidores, é realizado o exame antidoping. Além de garantir que nenhum animal tenha vantagem por estar sob efeito de algum medicamento, essa avaliação também atua na manutenção da saúde do cavalo e evita a depreciação da raça. Vale lembrar que o uso de substância dopante pode causar danos ao animal, sendo alguns irreversíveis.
Para realizar o exame, são selecionados um responsável e um fiscal credenciado. Coleta-se amostra de urina e caso não obtenha sucesso, colhe-se sangue, dividindo o material em duas amostras. Esse material prova se existe ou não o uso de substâncias que afetam a performance do competidor.
O gerente de eventos e responsável pelo antidoping da ABCCC, Ibsen Votto, afirmou que essa coleta é realizada logo após a entrega de prêmios do evento e somente nos animais classificados e reservas, que atingiram o mínimo de 18 pontos.
De acordo com o regulamento do Freio de Ouro 2016, o animal que for pego com alguma alteração será penalizado e eliminado da competição. “O participante que por ventura venha a ser positivo pode pedir contraprova à ABCCC. O material da contraprova se encontra no laboratório no qual realizou os exames” comenta ainda, Ibsen Votto.
Regras e curiosidades:
– Será penalizado com a eliminação da Prova e com a perda da premiação obtida o animal concorrente que for flagrado usando substância considerada doping pela ABCCC, ou cujo proprietário negar-se a fornecer material para o Exame Antidoping; ficando seu proprietário ou responsável obrigado a devolver todos os prêmios recebidos, corrigidos monetariamente.
– No caso de eliminação por doping, serão chamados à premiação os animais que se classificarem imediatamente após os eliminados, desde que tenham sido submetidos ao exame antidoping no evento correspondente.
– Os animais flagrados usando substância considerada doping pela ABCCC ficarão suspensos de participar de quaisquer provas oficiais da Raça naquele ciclo; caso sejam flagrados durante a Final do Freio de Ouro, ficarão suspensos por todo o próximo ciclo.
Precisão
Atualmente os testes antidopings possuem grande sensibilidade, detectando concentrações mínimas de fármacos e seus resíduos. As substâncias podem estar contidas tanto em medicamentos, produtos veterinários e agrícolas, quanto em rações, líquidos, tônicos, pastas, colírios e etc.
Algumas situações do cotidiano podem gerar doping, mesmo que sem a intenção. Ibsen contou que o caso mais normal é a associação de anti-inflamatórios: “Muitas vezes usa-se um princípio ativo injetável e uma pomada a base de outro”.
Caso o competidor esteja realizando algum tratamento, o médico veterinário terá uma responsabilidade maior. Já que com essa sensibilidade, o profissional precisa administrar o tempo corretamente para que o cavalo não apresente resíduos de determinada droga no sangue ou urina, em seu período de prova.
Doenças
Se o animal ficar doente durante a exposição e precise utilizar algum procedimento terapêutico, deverá seguir algumas normas:
1- Informar imediatamente o Veterinário Oficial do evento, que deverá preencher o Formulário de Controle e dar o diagnóstico;
2- Comunicar a medicação usada e justificar a sua utilização, para análise da Comissão Organizadora, para que seja incluído como “Fins Terapêuticos” e não para melhorar a performance.
O gerente de eventos da ABCCC adiantou que o processo antidoping é atualizado e que a porcentagem de animais pegos no exame é muito baixa. “Neste ciclo do Freio de Ouro não houve nenhum caso. O aperfeiçoamento das análises é feito por parte do laboratório. Nós fazemos treinamento do pessoal de coleta e reuniões para avaliação do sistema e a maneira na qual é conduzida”, explicou Ibsen.
Fonte: Canal Rural/ Por Patrícia Haddad