Nos Jogos Olímpicos 2016, que serão realizados em agosto, no Rio, pela primeira vez um brasileiro terá sob sua supervisão os melhores e mais premiados cavalos do mundo – cerca de 250 – que participarão das provas de hipismo. Thomas Wolff, um dos mais respeitados cirurgiões de equinos do País, foi convidado no final de 2015 para integrar o Comitê Veterinário da Federação Equestre Internacional (FEI), representando o continente americano, distinção inédita concedida a um brasileiro.
Ele preside a Comissão Veterinária dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos, responsável por examinar os cavalos e informar se os animais estão aptos ou não a participar da competição.
“Considero a participação nas Olímpiadas o ápice da minha carreira. Receber o reconhecimento das maiores autoridades mundiais e, ao mesmo tempo, ser convidado para integrar o Comitê Veterinário da FEI e ser nomeado presidente da Comissão Veterinária dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos 2016 é uma grande honra. É também um marco muito importante para a medicina veterinária brasileira”, afirma.
Formado pela USP e doutor pela Universidade de Zurique (Suiça), Wolff, 64 anos, já perdeu a conta dos animais que atendeu ao longo dos 41 anos de profissão. “Foram milhares”, diz ele.
Participou como veterinário de diversas delegações brasileiras de hipismo em competições internacionais realizadas no Brasil e no exterior, incluindo as Olímpiadas da Coreia (1988) e da China (2008) .
Filho de alemães – a mãe desembarcou no Brasil ainda criança, fugindo do nazismo, e o pai, sobrevivente de campo de concentração. Wolff manifestou interesse por animais ainda criança, ajudando os pais na criação de cães da raça pastor alemão. Durante o curso de medicina veterinária na USP – na década de 70, essa era uma profissão pouco difundida no País – , enquanto os colegas iam viajar, ele passava as férias trabalhando duro, realizando estágios, principalmente no Jockey Clube de São Paulo e também no exterior.
Anos mais tarde, de 2004 a 2010, assumiu a diretoria do Departamento de Antidopagem e da Divisão de Assistência Veterinária do Jockey Clube de São Paulo durante duas gestões consecutivas. Foi responsável pela modernização de vários setores, chegando a adquirir na ocasião, aparelho de última geração para a análise de substâncias.
Paralelamente ao trabalho regular, de atendimento aos animais, ele foi organizador de seis congressos veterinários internacionais da Confederação Brasileira de Hipismo, além de palestrante, incluindo o X Congresso Mundial da World Equine Veterinary Association (WEVA) realizado em 2009 no Brasil.
Thomas é diretor da Confederação Brasileira de Hipismo desde 2004.
Por: Ágatha Carlos
SP4 Comunicação Corporativa