Rio fecha R$ 94 mi em contratos sem licitação para concluir arena olímpica

A Prefeitura do Rio de Janeiro resolveu apelar a contratos emergenciais –assinados sem licitação– para retomar a construção do Centro Olímpico de Hipismo, em Deodoro. O município fechou nesta semana dois acordos, com valor total de R$ 94,2 milhões, para que duas empresas assumam a obra olímpica paralisada após o rompimento do contrato com a construtora Ibeg.

O contrato com a Ibeg foi rescindido porque a empresa não vinha cumprindo os prazos para execução do projeto, que é essencial para a Olimpíada. A empresa venceu uma licitação promovida pela prefeitura em 2014. Assinou um compromisso para reformar o Centro Olímpico de Hipismo por R$ 153,4 milhões. No final de janeiro, foi afastada da construção.

A prefeitura, então, resolveu contratar duas empresas para executar os serviços que a Ibeg deixou de fazer, pagando exatamente o que a Ibeg deixará de receber (R$ 94,2 milhões dos R$ 153,4 milhões prometidos).

A construtora Zadar assumiu a maior parte da obra. Vai receber R$ 66,1 milhões para reformar estábulos, terminar as obras da clínica veterinária, construir três pistas de aquecimento e prestar outros serviços no Centro de Hipismo.

Segundo a EOM (Empresa Olímpica Municipal), a Zadar foi escolhida pela prefeitura para assumir as obras porque já teria operários mobilizados na região de Deodoro executando um outro projeto e porque lidera o consórcio de empresas responsáveis pela obra do Centro Olímpico de Desportos Aquáticos, arena que tem sido construída sem atrasos.

A EOM informou ainda que outras quatro construtoras foram consultadas antes que o contrato com a Zadar fosse fechado (os nomes das empresas não foram revelados pelo município). Nem todas se mostraram dispostas a executar os serviços no custo e prazo propostos, de acordo com a EOM.

O outro contrato firmado pela prefeitura sem licitação para obras no Centro de Hipismo foi fechado com a construtora Tensor. A empresa já vinha trabalhando na construção de apartamentos para tratadores de cavalos como subcontratada da Ibeg. Após a Ibeg ser afastada do projeto, o município firmou um contrato de R$ 28,1 milhões com a Tensor para que ela mantivesse suas atividades em Deodoro.

A EOM ratificou que também cumpriu todos os procedimentos necessários para a contratação da Tensor sem uma concorrência pública. O contrato só foi fechado assim para garantir a execução dos serviços dentro do prazo combinado com o COI (Comitê Olímpico Internacional) e o Comitê Organizador Rio-2016. Há dez dias, Ingmar De Vos, presidente da FEI (Federação Internacional de Hipismo), afirmou estar decepcionado com os atrasos na reforma na instalação olímpica destinada ao esporte.

Na semana passada, o prefeito Eduardo Paes prometeu concluir as obras do Centro Olímpico de Hipismo até maio. Isso, segundo ele, suficiente para os organizadores da Olimpíada de 2016.

Paes também anunciou que a construtora Volume vai assumir a obra do Centro Olímpico de Tênis, orçado em R$ 191,1 milhões. A construção também estava sobre responsabilidade da Ibeg e foi paralisada após rescisão do contrato atrasos. Segundo Paes, a Volume também será contratada sem licitação. O valor desse novo acordo ainda não foi revelado.

Além da arena de hipismo e da de tênis, a Arena do Futuro, que será usada no handebol, foi construída por uma empresa contratada pela prefeitura sem licitação. O município chegou a lançar uma concorrência para a obra de R$ 133 milhões em 2013. O procedimento fracassou. Só uma empresa concorreu e essa empresa não cumpriu os requisitos da licitação. A prefeitura, então, apontou a contratação da construtora Dimensional para obra.

 

 

Fonte: Vinicius Konchinski – UOL.

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