Entidade foi fundada em 2008 e sobrevive sem recurso público
Crise fez diminuir as doações e há dificuldade até para alimentar equinos; (Foto: Samuel Maciel)
A crise financeira do país limitou a atuação da “ONG Chicote Nunca Mais”, que não pode receber mais cavalos, nem melhorar a qualidade do manejo dos 31 animais que mantém hoje. Segundo a fundadora e presidente da entidade, Fair Soares, além de o preço da alimentação ter aumentado, o número de doações caiu cerca de 40%, e o de padrinhos, 30%. Ao mesmo tempo, o custo mensal para alimentar e hospedar os equinos vítimas de maus-tratos passou de R$ 7 mil para R$ 10 mil.
“Só posso abrir vaga se um morrer. São 24 baias para 31 cavalos”, ressalta ela. “Antes, se a situação fosse extrema, nós recebíamos. Agora, nem isso”, complementa o vice-presidente Fernando Schell Pereira.
Os animais ficam em um espaço na Região Metropolitana, cujo endereço não é divulgado, devido aos furtos de animais. Eles ficam em um sistema de hospedagem que custa R$ 95 para a ONG por cada cavalo. Já a ração era R$ 3 mil em 2014 e hoje chega a quase R$ 5 mil. “Muitas pessoas estão endividadas, ou cautelosas. A primeira coisa que tiram do orçamento na crise é a doação”, esclarece Fair.
A ONG foi fundada em 2008 e sobrevive sem recurso público. Apesar das dificuldades, os animais são tratados, recuperados e encaminhados para aqueles que se comprometem em seguir o protocolo de cuidados, ficando com a guarda por tempo indeterminado. Há 21 animais que devem ficar no espaço pois estão aleijados ou velhos. Eles são tratados por veterinário voluntário.
Doações de qualquer valor devem ser depositadas no Banrisul, agência 0856, na conta 06.102.267.0-5, CNPJ 11.261.424/0001-26. Outras formas de auxílio estão no http://chicotenuncamais.org. A Chicote Nunca Mais precisa principalmente de voluntários.
Fonte: Correio do povo