Instituição passa por qualificação para receber visitantes e quase 15 mil atletas de 200 países
À frente da Coordenadoria Especial de Assuntos Olímpicos (CEAO) da Polícia Militar do Rio de Janeiro, desde 2010, o coronel Edison Duarte prepara a instituição para os Jogos Olímpicos Rio 2016. Nesse período, ele esteve na Copa das Confederações na África do Sul, há seis anos, e nas Olimpíadas de Londres, em 2012, para acompanhar a organização da área de segurança nos grandes eventos esportivos.
Em entrevista ao governo do estado, o coronel explicou como a PM fluminense se prepara para receber os turistas nacionais e estrangeiros e os quase 15 mil atletas olímpicos e paralímpicos de mais de 200 países entre 5 de agosto e 18 de setembro do próximo ano.
Foto: Marcelo Horn
Coronel Duarte, responsável pela Coordenadoria Especial de Assuntos Olímpicos (CEAO) da Polícia Militar do Rio de Janeiro. Foto: André Gomes de Melo
Qual o papel da PM na organização da área de segurança nos Jogos Olímpicos Rio 2016?
Coronel Edison Duarte – Existe uma Comissão Especial de Segurança para a Rio 2016 (COESRIO) coordenada pela Secretaria Extraordinária de Segurança para Grandes Eventos (Sesge), vinculada ao Ministério da Justiça, que promove a integração entre todas as agências que participam do processo de planejamento para os Jogos Olímpicos. Nessa comissão se discute a matriz de responsabilidades de cada instituição. Além da Polícia Militar, participam a Polícia Civil, Corpo de Bombeiros, Polícia Rodoviária Federal, Polícia Federal, setores de Inteligência, Casa Civil do Estado e da Presidência da República, representantes do Ministério da Defesa, da Prefeitura do Rio de Janeiro e da Rio 2016. A PM não atuará dentro das instalações olímpicas, que são responsabilidade da Força Nacional, salvo em casos de necessidade.
Haverá mudanças no policiamento ostensivo da cidade?
Coronel Duarte – O compromisso do Comando da PM é de que o policiamento ostensivo diário da cidade e do estado não sofra prejuízo por conta da mobilização de PMs para as competições olímpicas. Isso significa que o patrulhamento ordinário será mantido, o que inclui pontos turísticos, a região hoteleira, terminais de transporte público (metrô, barcas, trem e ônibus), que sejam impactados pelo evento.
Como está a capacitação dos policiais?
Coronel Duarte – A próxima turma do curso do Centro de Formação e Aperfeiçoamento de Praças (Cfap) deverá ter aulas de idiomas para lidar com os turistas. O Batalhão de Choque vai formar 1,8 mil policiais de unidades convencionais em técnicas de controle de multidões. Também estamos desenvolvendo, junto com o Comando de Operações Especiais (COE), instruções sobre grandes eventos para as unidades convencionais, especiais e especializadas. Falaremos sobre reflexões históricas envolvendo os Jogos Olímpicos para que os policiais entendam a importância do evento e o tamanho do desafio. Vamos capacitar o máximo de policiais, principalmente dos batalhões, que trabalharão diretamente nos Jogos e com os turistas.
A PM investiu em equipamentos?
Coronel Duarte – Adquirimos o imageador aéreo para o Grupamento Aeromóvel (GAM), que é uma ferramenta importante para a equipe que permanece no Centro Integrado de Comando e Controle (CICC). A aeronave sobrevoa os locais de competição e transmite imagens em tempo real, para que possamos gerenciar qualquer evento. No evento-teste de ciclismo de estrada, por exemplo, monitoramos os atletas durante todo o evento. Para o Bope, serão comprados óculos de visão noturna que possibilitarão aos policiais militares atuarem com precisão em ambientes de baixa luminosidade. Para o Batalhão de Choque, contamos com um caminhão de controle de distúrbios civis com tecnologia de última geração.