O cavalo Crioulo ganhou definitivamente o Brasil. Só em 2014, o plantel nacional cresceu mais de 7%, são quase 380 mil animais, espalhados por todos os estados do país.
As regiões de maior expansão da raça no último ano foram o Centro-Oeste e o Nordeste. Administrar esse crescimento e dar apoio aos novos criadores é uma das grandes responsabilidades da Associação Brasileira de Criadores de Cavalos Crioulos (ABCCC).
– Hoje nós possuímos 29 técnicos cadastrados na ABCCC, do Oiapoque ao Chuí. Cada criador pode escolher o técnico que quiser, se ele quer chamar um técnico situado em Esteio para ir a Mato Grosso, sem problema nenhum. Fora isso, temos giras técnicas patrocinadas pela ABCCC nos estados que estão crescendo. Hoje, o crescimento também se dá fora do Rio Grande do Sul – salienta o presidente da ABCCC, José Luiz Lima Laitano.
A boina deu lugar ao chapéu de cowboy, mas as diferenças vão muito além disso. Délcio Rodrigues Pereira explica que criar cavalos Crioulos longe do habitat natural da raça tem peculiaridades e desafios!
– Enfrentamos uma baixa qualidade nutritiva das nossas gramíneas, o que nos leva à necessidade de suplementar essa alimentação. Outro aspecto que chama muita atenção é a questão do carrapato, a região do Brasil-Central é endêmica e os animais que vêm do Sul não estão adaptados e sofrem muito. É preciso muito cuidado para que eles não venham a ter doenças decorrentes do carrapato – diz.
O criador seleciona a raça a dois mil quilômetros do Rio Grande do Sul, em Gama, no Distrito Federal. Para alcançar sucesso na criação, Pereira diz que precisou reestruturar a propriedade.
– Foi necessário replanejar, uma vez que fiz a opção por criar cavalo crioulo, uma paixão à primeira vista. Mudei as pastagens da propriedade, parar ter alimento de boa qualidade para os equinos, onde eles pudessem ter melhor desempenho em termos de crescimento e sem cuidar da suplementação – reforça.
Para quem começa a criar, a assessoria de um técnico da associação também é fundamental.
– Nós temos um trabalho de extensionistas e inspetores técnicos que fazem a parte de extensão rural. O trabalho nessa área é basicamente dar assessoria técnica aos criadores, para que eles possam criar os cavalos nas melhores condições possíveis dentro da realidade que cada propriedade tem – conclui o inspetor técnico da ABCCC, Heitor Cheuiche Coelho.
Fonte:Canal Rural