Comitê Paralímpico: por diária e voo, mulher de presidente vira “dirigente”

Aiuri Rebello

Do UOL, em São Paulo

Andrew Parsons, presidente do Comitê Paralímpico Brasileiro: irregularidades com verba pública frente à entidade estão em investigação no TCU.

O presidente do CPB (Comitê Paralímpíco Brasileiro), Andrew Parsons, é acusado de usar dinheiro público da Lei Agnelo/Piva para pagar viagens de luxo para si e sua mulher, Marcela Frias Pimentel Parsons, que o acompanhava em descolamentos internacionais representando a entidade.

Nestas ocasiões, ela seria falsamente apresentada em ofícios como funcionária do comitê, no cargo de coordenadora. Dessa forma, ganharia passagens aéreas em classe executiva e teria recebido reembolso de diárias de viagem por conta da entidade. Isso teria acontecido nos anos que antecederam os Jogos Paraolímpicos 2016.

As informações fazem parte de um processo de Tomada Especial de Contas aberto pelo TCU (Tribunal de Contas da União) para averiguar irregularidades com dinheiro público no âmbito do CPB, ao qual o UOL teve acesso na íntegra via Lei de Acesso à Informação. Em setembro do ano passado, o jornal Folha de S.Paulo havia revelado informações preliminares dos achados do órgão de controle.

TCU cobra R$ 2,2 milhões de volta para o Tesouro Nacional do presidente do CPB e outras pessoas relacionadas à entidade. O processo segue aberto e o CPB ainda faz sua defesa administrativa. Parsons nega irregularidades (leia mais abaixo sua versão dos fatos).

Ao todo, entre passagens aéreas internacionais em classe executiva, diárias (dinheiro para gastos de funcionários que viajam a trabalho como refeições durante as viagens), aluguel de carros de luxo com motorista e hotéis de alto nível, cada uma destas viagens do casal Parsons chegava a custar entre R$ 50 mil e R$ 60 mil ao contribuinte.

Marcela acompanhou o marido com tudo pago, inclusive o seguro-viagem, em pelo menos três ocasiões: em uma viagem à Grécia para o aniversário do comitê paralímpico local, em maio de 2015, em uma jornada ao Japão em outubro de 2014, na qual o presidente do CPB tinha reuniões sobre a sucessão dos jogos (Tóquio é a próxima sede da Olimpíada), e aos Jogos Parapan Americanos de Toronto, no Canadá, em 2015, ocasião na qual viajaram acompanhados de quase cem convidados, a maioria deles a trabalho. Tudo por conta da entidade.

De acordo com o TCU, Marcela nunca teve nenhuma ligação com o CPB afora seu marido. “Registra-se que, das Comunicações Internas citadas, consta a informação de que a Sra. Marcela ocuparia o cargo de ‘coordenadora’, informação essa que não corresponde aos registros do Comitê, pois, a Sra. Marcela não é funcionária do CPB”, diz relatório do TCU sobre o caso, aprovado em plenário em julho do ano passado. “Ademais, em consulta à base de dados da Relação Anual de Informações Sociais (Rais), observou-se que a Sra. Marcela é servidora pública na Câmara Legislativa do Distrito Federal”, continua o parecer. Ela também consta no quadro de diretores da CBH (Confederação Brasileira de Hipismo).

Na viagem para a Grécia, por exemplo, a passagem de classe executiva da mulher do presidente do CPB custou R$ 21.248,14, e ela recebeu mais R$ 9 mil em diárias. Já na ida para o Japão, a passagem custou R$ 21.997,02, e ela recebeu mais R$ 6 mil de diárias. As passagens de Parsons, que também recebia diárias, saíram por valor semelhante. A viagem para a Grécia durou três dias e a para o Japão (que também incluiu uma ida à Coreia do Sul), nove dias. Na Grécia, a hospedagem foi paga pelo comitê paralímpico de lá, mas mesmo assim Parsons cobrou diárias para si e sua mulher.

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Fonte- Uol Esportes

 

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